Odebrecht inicia negociação com credores no segmento de óleo e gás

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Publicado Terça, 28 de Março de 2017 às 10:54, por: CdB

A opção tem sido vista pela Odebrecht como uma alternativa para reescalonar pagamentos. Sem precisar do aval de toda sua base de detentores de títulos, disse uma das fontes

 

Por Redação - de São Paulo

 

A Odebrecht Óleo e Gás (OOG) abriu negociações com credores e detentores de títulos uma recuperação extrajudicial. Foi o que disseram à agência inglesa de notícias Reuters duas fontes a par do assunto.

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O navio da Odebrecht servirá à Petrobras, que bateu recorde de produção de petróleo na camada pré-sal

A opção tem sido vista pela companhia como uma alternativa para reescalonar pagamentos. Sem precisar do aval de toda sua base de detentores de títulos, disse uma das fontes.

A expectativa é que, se optar por essa solução, a companhia precisará de aprovação de donos de 60% da dívida da companhia, disse a segunda fonte. Uma recuperação judicial envolveria todos os credores e precisaria de aval prévio da Justiça.

— Os bônus da empresa estão nas mãos de milhares de investidores e é muito complicado conseguir unanimidade numa base tão diluída — disse a primeira fonte.

Reserva do pré-sal

Sofrendo os efeitos combinados da crise no setor de óleo e gás e do envolvimento de sua controladora Odebrecht nas investigações da operação Lava Jato, a OOG vem negociando com credores e investidores desde o fim de 2015. Visa uma readequação de seus cerca de US$ 5 bilhões em dívidas. A maior parte do montante vencendo até 2022.

Meses antes, a Petrobras havia cancelado o contrato do navio-sonda ODN Tay IV, uma das quatro plataformas que garantem bônus da empresa. Segundo a primeira fonte, a OOG avalia que com a entrada em operação nos próximos meses de seu navio-plataforma FPSO Pioneiro, em Libra. Trata-se da maior reserva de petróleo do pré-sal. Assim terá condições de propor um alongamento dos pagamentos a credores e investidores sem mesmo ter que propor uma redução do valor principal. O navio vai prestar serviços à Petrobras.

Consultada sobre as negociações para uma recuperação extrajudicial, a OOG afirmou que "segue em negociações construtivas com seus credores com o objetivo de fortalecer sua posição financeira de curto e longo prazo em meio ao desafiador cenário da indústria de óleo e gás".

Conta de luz

Ainda nesta terça-feira, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou em reunião um ajuste extraordinário. Este deverá reduzir em cerca de 8% as tarifas das distribuidoras de eletricidade. Objetiva devolver aos consumidores valores cobrados indevidamente em 2016, após um erro de cálculo.

O processo, que já havia sido anunciado na semana passada pela agência, vem após a Aneel reconhecer que as tarifas no ano passado incluíram valores referentes à usina nuclear de Angra 3, que ainda não entrou em operação.

A Aneel disse que a compensação aos consumidores se dará em duas etapas, durante os meses de abril e maio. O efeito médio para todas distribuidoras do país será de 7,8%, mas o impacto varia para cada empresa. Clientes da Eletropaulo, em São Paulo, sentirão redução de 12,44% nas tarifas. Enquanto no Rio, o consumidor da Light verá queda de 5,35%, segundo estimativa da Aneel.

Anteriormente, a agência havia proposto devolver os valores cobrados indevidamente no momento do reajuste de cada distribuidora. Mas, posteriormente, voltou atrás e decidiu antecipar o ajuste.

"A percepção da redução tarifária nas faturas dos consumidores se dará de acordo com os ciclos de leitura e faturamento de cada um. Podendo levar até dois meses para se completar", explicou a Aneel, em nota. A Aneel não detalhou os valores que serão devolvidos aos consumidores.

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