Oito palestinos, entre eles quatro ativistas foram mortos hoje no norte da Faixa de Gaza, durante uma intensificação da ofensiva do Exército israelense na região. Estão entre os mortos uma menina de 11 de anos e outros dois palestinos, que haviam sido feridos nos últimos dias, pelo que somam 119 os palestinos mortos desde 28 de setembro, quando começou a ofensiva israelense destinada a pôr um ponto final nos lançamentos de foguetes do tipo Qassam contra o território de Israel.
Também foi preso, em Hebron (sul da Cisjordânia), Imad Qawasmeh, um importante chefe militar do movimento radical Hamas, acusado por Israel de ter organizado vários atentados mortais. “Trata-se de um assassino com as mãos manchadas do sangue de grande número de israelenses”, declarou o ministro da Defesa, Shaúl Mofaz.
Qawasmeh, 32 anos, é considerado responsável pelo duplo atentado suicida que causou 16 mortes, além da dos autores, no dia 31 de agosto em Beersheva, no sul de Israel. Segundo as testemunhas, grande número de militares cercaram e destruíram parte de uma casa na qual ele havia se entrincheirado e mandaram que se rendesse através de alto-falantes.
Qawasmeh saiu da casa sem camisa e com as mãos para o alto, avançando lentamente em direção aos soldados, que apontavam fuzis para ele antes de deitá-lo no chão e o algemarem. No Norte da Faixa de Gaza, dezenas de blindados e buldôzeres entraram em Beit Lahya, onde causaram grande destruição, entre elas a de uma posição dos serviços de segurança palestinos entre Khabaliya e Beit Lahya.
Apesar da considerável presença do Exército, alguns ativistas encapuzados voltaram a lançar foguetes Qasam contra Israel, o que obteve uma resposta israelense imediata. Um dos foguetes explodiu em território israelense sem causar ferimentos, anunciou o Exército. Em Sderot (sul de Israel), o sistema de alerta contra o lançamento de foguetes, que dá entre 15 e 20 segundos aos habitantes para se protegerem, funcionou pela primeira vez, acrescentou a mesma fonte.
Um membro do braço armado do Hamas morreu ao amanhecer em um ataque aéreo em Beit Lahya e pelo menos outros dois ficaram feridos, segundo fontes da segurança palestina, que relataram 16 feridos no setor. Outros dois ativistas, um do Hamas e outro das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa (ligadas ao Fatah), morreram na explosão de um morteiro lançado por um tanque israelense em Beit Lahya, segundo fontes médicas e de segurança palestinas.
Além disso, um adolescente palestino morreu e outros dois ficaram feridos à noite por disparos israelenses no campo de refugiados de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, segundo fontes médicas palestinas. A rádio militar anunciou que a operação no setor de Beit Lahya, vizinha de Khabaliya, onde o Exército havia concentrado suas operações, foram realizadas por uma divisão e não por um regimento, como acontecia até agora nos demais setores.
Desde a Segunda Intifada que começou no final de setembro de 2000, a violência causou 4.483 mortes, 3.455 delas de palestinos e 954 de israelenses.