Indicadores apontam que o sistema de saúde do Brasil, que tem o segundo maior número de infecções por coronavírus do mundo, enfrenta pressão contínua, afirmou a Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta segunda-feira.
Por Redação, com Sputnik e Reuters – de Brasília/Genebra
Indicadores apontam que o sistema de saúde do Brasil, que tem o segundo maior número de infecções por coronavírus do mundo, enfrenta pressão contínua, afirmou a Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta segunda-feira.

O país registrou mais de 3 milhões de casos confirmados de covid-19, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, além de mais de 101 mil mortes.
O chefe do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, alertou nesta segunda-feira que o Brasil vem registrando muitos casos diários de covid-19, em uma demonstração de que a doença no segundo país mais afetado no mundo não dá trégua.
– O Brasil está com um índice de epidemia muito alto, a curva está um pouco achatada, mas não está caindo e o sistema está sob forte pressão – declarou ele durante uma entrevista coletiva em Genebra, ressaltando ainda que o país está registrando de 50 mil a 60 mil casos por dia.
Classificando o novo coronavírus como simples, brutal e cruel, Ryan ainda alertou sobre a hidroxicloroquina, substância já descartada pela comunidade científica para casos da covid-19 em todos os estágios, mas que segue sendo exaltada e recomendada pelo presidente Jair Bolsonaro.
– Em uma situação como essa, a hidroxicloroquina não é uma solução e nem uma bala de prata – avaliou.
Foco no combate
O chefe da OMS ainda pediu que autoridades, profissionais e as populações mundo afora tenham consciência de que o momento é de foco no combate reconhecido pela ciência.
– É brutal em sua simplicidade, é brutal em sua crueldade, mas não tem cérebro. Temos cérebro (…) podemos ser mais espertos que algo que não tem cérebro, mas não estamos fazendo um trabalho tão bom agora – afirmou.
Na mesma coletiva, o diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus avaliou que há uma grande lacuna de financiamento no planeta para lidar com a covid-19 e suas consequências.
– Só para as vacinas, serão necessários mais de US$ 100 bilhões. Parece muito dinheiro e é. Mas é pequeno em comparação com os US$ 10 trilhões que já foram investidos pelos países do G20 em estímulos fiscais para lidar com as consequências da pandemia até agora – comentou.
Até aqui, o novo coronavírus atingiu 210 países desde que os primeiros casos foram identificados, em dezembro de 2019, na China. Quase 20 milhões de pessoas já foram infectadas pela doença e aproximadamente 730 mil morreram.