Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o país tem 3.086 casos em investigação para microcefalia associada ao zika
Por Redação, com agências de notícias – de Brasília:
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que pelo menos mil novos casos de microcefalia associados à infecção pelo vírus zika durante a gestação sejam registrados no Brasil. A informação foi divulgada pelo diretor de Saúde Infantil da entidade, Anthony Costello, durante coletiva de imprensa em Genebra.
– Sabemos que, no Brasil, onde o problema foi primeiramente detectado. Existem 2,1 mil casos confirmados. Mas ainda há muitos outros sendo investigados. Esperamos que mais mil casos sejam descobertos. Sabemos que o problema não irá embora no Brasil. Todos os meses, entre 150 e 200 casos de microcefalia são identificados.
Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o país tem 3.086 casos em investigação para microcefalia associada ao zika.
Costello destacou que os casos, apesar de muitos, devem ser investigados e acompanhados um a um. Por meio da análise de especialistas das mais diversas áreas. O diretor da OMS alertou ainda que muitos países não contam com sistemas de vigilâncias e mecanismos eficazes. Para monitorar casos de microcefalia ou mesmo serviços de apoio às famílias.
– O quadro pode não constituir mais uma emergência global em saúde pública nos termos oficiais. Mas é um problema de saúde global de grande preocupação para o mundo. Cerca de 69 países registraram casos de zika nos últimos dois anos.
– Estamos falando de um vírus que causa danos neurológicos e potencialmente deficiência ao longo de toda a vida. O que representa um grande golpe para essas famílias.
Na última sexta-feira. A OMS declarou o fim da emergência sanitária internacional declarada há um ano após o aumento de casos de microcefalia associados à infecção de gestantes pelo vírus zika.
Zika
– O vírus zika continua sendo um problema extremamente importante a longo prazo. Mas já não é uma emergência de saúde pública de alcance mundial”. Declarou David Heymann, presidente do Comitê de Emergências da OMS.
A emergência foi declarada em 1º de fevereiro. Após um aumento extraordinário de casos de microcefalia em recém-nascidos relacionados com a infecção pelo vírus. Cerca de 30 países relataram casos de bebês nascidos com má-formação cerebral devido ao zika.
A OMS afirmou que irá desenvolver uma abordagem de longo prazo no combate ao zika. O comitê destacou que a epidemia ainda é uma prioridade para a entidade. “Não estamos diminuindo a importância do vírus”. Ressaltou Peter Salama, diretor de programas de emergência da organização.
Brasil mantém emergência
Pouco antes do anúncio da OMS. O Ministério da Saúde decidiu na última sexta-feira manter a emergência nacional em saúde pública devido ao vírus. A entidade internacional avaliou a decisão brasileira como apropriada.
– O Brasil vai manter a situação de emergência, porque as consequências da microcefalia são muito graves. Nós entendemos que, como somos o país com maior incidência. Devemos manter ampla vigilância para dar segurança à população – disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o zika começou a circular no Brasil em 2014. Mas só teve os primeiros registros feitos pelo Ministério da Saúde em maio de 2015. No fim de novembro do ano passado, foi confirmado que a infecção de gestantes pode causar microcefalia no feto. Ao todo, 2.016 recém-nascidos no Brasil tiveram má-formação cerebral associada ao vírus.