OMS: prematura uma terceira dose da vacina

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Publicado Quinta, 19 de Agosto de 2021 às 05:22, por: CdB

A anunciada terceira dose da vacina contra le Covid-19 é prematura e não é moralmente aceitável, enquanto a maior parte da humanidade sequer teve acesso à primeira dose. Essa reação da Organização Mundial da Saúde ocorre diante da corrida dos países ricos para a fabricação e aplicação de um novo reforço vacinal às suas populações.

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Logo da OMS na sede da entidade em Genebra
Para a OMS, uma terceira dose acentua a disparidade econômica no mundo, reforçandos a imunização de só uma pequena parcela populacional. Esse o argumento da responsável científica da OMS, Soumya Swaminathan, numa conferência de imprensa,  em Genebra. "Nós achamos claramente que, diante da situação atual, disse ela, não há necessidade de uma nova dose de reforço (terceira dose). Devemos esperar que a ciência nos diga quando serão necessárias novas doses, para que grupos de pessoas e para que tipos de vacinas. Do ponto de vista moral e ético não é bom no meu entender, que países ricos comecem a aplicar uma terceira dose, quando a maior parte do mundo espera ainda sua primeira dose". A reação da OMS era de se esperar diante do anúncio de alguns países, como a Espanha e a Alemanha, de se começar a aplicar um terceira dose na população mais vulneráavel. Por sua vez, o conselheiro do diretor-geral da OMS, Bruce Aylward, revvelou haver vacinas suficientes para todo mundo, mas sua distribuição não vai na boa ordem. Para ele, não há dúvida, uma terceira dose só deverá ser aplicada nas pessoas mais vulneráveis, quando toda população mundial tiver recebido a primeira e segunda doses. "Ora, estamos muito longe disso", afirmou. A oposição da OMS à terceira dose talvez não demova certos países a modificar seus planos, pois consideram necessário um reforço diante do surgimento da variante Delta do vírus. Nos Estados Unidos já se anuncia uma terceira dose, a partir do 20 de setembro para quem recebeu duas doses das vacinas Pfizer e Moderna. É também o caso em Israel, onde se irá aplicar um reforço aos maiores de 50 anos. Na França, também se pensa numa terceira dose para os vacinados no começo deste ano. Uma pesquisa publicada na Inglaterra revela que as vacinas Pfizer/BioNtech Oxford/AstraZeneca são menos eficazes diante da variante Delta e que a proteção diminue com o passar dos meses.
Por Rui Martins, correspondente em Genebra.
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