Em troca do acordo, as forças pró-governo exigiram a saída das pessoas de duas aldeias xiitas sitiadas por insurgentes. A retirada de Aleppo parou na sexta-feira, após um desacordo sobre as aldeias de al-Foua e Kefraya
Por Redação, com agências internacionais – de Damasco
Diversos ônibus que levavam combatentes e familiares do leste de Aleppo deixaram, neste domingo, o último setor da cidade síria tomado por rebeldes, após um acordo entre rebeldes e forças pró-governo permitir a retomada das retiradas.
Em troca do acordo, as forças pró-governo exigiram a saída das pessoas de duas aldeias xiitas sitiadas por insurgentes. A retirada de Aleppo parou na sexta-feira, após um desacordo sobre as aldeias de al-Foua e Kefraya.
Canal de TV da Síria, citando seu correspondente na cidade, afirmou que os ônibus começaram a sair de Aleppo neste domingo. Embarcavam a partir de uma praça onde mais de 15 mil pessoas se reuniram para esperar pelos ônibus. Muitos passaram a noite dormindo nas ruas em temperaturas congelantes.
‘Deus é grande’
De acordo com a televisão al-Manar, alguns ônibus e veículos do Crescente Vermelho também chegaram à entrada das duas vilas. Em ambas, a maioria dos moradores são muçulmanos xiitas, logo após o anúncio do acordo. A emissora é afiliada ao grupo libanês Hezbollah, aliado de Damasco.
No entanto, enquanto se dirigiam ao local, cinco ônibus foram atacados e queimados. A denúncia partiu do Observatório Sírio para os Direitos Humanos e a mídia estatal síria.
A televisão estatal mostrou imagens de chamas provenientes dos ônibus verdes, que se tornaram sinônimo de retiradas na Síria. Vídeos transmitidos em mídias sociais mostraram homens com armas de fogo aclamando e gritando “Deus é grande”, enquanto os ônibus queimavam.
Al Nusra
A mídia local disse que “terroristas armados”, um termo que usa para grupos que lutam contra o governo do presidente Bashar al-Assad, foram responsáveis pelo ataque. De acordo com a Mayadeen, televisão pró-Damasco, o grupo rebelde conhecido anteriormente como Frente Al Nusra estaria por trás do ataque.
Aleppo havia sido dividida entre áreas do governo e dos rebeldes durante a guerra de quase seis anos. Mas, após meses de intensos ataques aéreos, um avanço relâmpago do Exército sírio e seus aliados começou em meados de novembro forçou, em questão de semanas, a saída dos insurgentes do território dominado pelos rebeldes.