ONU oferece 'última chance' à Coréia do Norte

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Publicado Segunda, 06 de Janeiro de 2003 às 17:12, por: CdB

A agência da ONU (Organização das Nações Unidas) que fiscaliza programas nucleares aprovou uma resolução exigindo que a Coréia do Norte readmita seus inspetores e abandone seu programa nuclear. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirma estar adotando a tolerância zero, mas não fixou um prazo para que o governo da Coréia do Norte volte atrás. Caso o país não aceite o ultimato, a AIEA pode levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU, que por sua vez pode impor sanções à Coréia do Norte. O diretor-geral da AIEA, Mohammed El Baradei, atacou "a atitude temerária" da Coréia do Norte, mas afirmou que a agência está pronta para dar "outra oportunidade" ao país comunista. Tensão Os Estados Unidos elogiaram a postura da agência, taxando a atitude do governo norte-coreano de "perigosa, improcedente, irresponsável e unilateral". A tensão entre os dois países vem aumentando desde que a Coréia do Norte decidiu reativar a usina nuclear de Yongbyon, fechada desde 1994 dentro de um acordo em que os Estados Unidos ofereciam ajuda ao país em troca do fim do seu programa nuclear. O governo norte-coreano vem mantendo sua retórica e nesta segunda-feira acusou o governo americano de estar planejando atacar a Coréia do Norte. Prova disso seria o desenvolvimento do controvertido sistema de defesa de mísseis. Repercussão fria Nesta segunda-feira, a Coréia do Sul deve apresentar uma proposta aos Estados Unidos e ao Japão, que acredita-se, vai incluir uma garantia por escrito dos Estados Unidos de que o país não vai atacar a Coréia do Norte, desde que o governo norte-coreano comprometa-se a abandonar seu programa nuclear. A Casa Branca reagiu friamente à idéia. Um porta-voz disse que a Coréia do Sul e os Estados Unidos estão trabalhando "ombro a ombro" no assunto. Condoleezza Rice, assessora de Segurança Nacional dos Estados Unidos, deve encontrar-se em Washington com o assessor de Segurança sul-coreano, Yim Sung-joon. Yim disse que vai tentar encontrar um denominador comum na política externa em relação à Coréia do Norte, depois que o problema passou a ameaçar as relações normalmente próximas entre os Estados Unidos e seus aliados regionais. Detalhes Os detalhes do plano não foram divulgados, mas de acordo com a imprensa sul-coreana o governo estaria pressionando os Estados Unidos a abandonar a postura de não negociar e a restabelecerem o suprimento de combustível para a Coréia do Norte. Em troca, a Coréia do Norte se comprometeria a interromper o seu programa nuclear, que acredita-se, usaria a usina de Yongbyon para enriquecer urânio. O corte do fornecimento de combustível foi feito depois que a Coréia do Norte admitiu manter um programa nuclear secreto.

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