A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) tentou novamente nesta quarta-feira reduzir os preços mundiais de petróleo, aumentando ainda mais a produção, mesmo antes do esperado acordo formal do cartel para elevar sua cota.
Os Emirados Arábes Unidos irão aumentar imediatamente sua produção de petróleo este mês em mais de 400 mil barris por dia, disse o ministro do Petróleo, Obaid al-Nasseri, nesta quarta-feira, somando-se aos 700 mil bpd que a Arábia Saudita prometeu produzir a mais.
O petróleo extra está sendo produzido antes de qualquer decisão formal da OPEP sobre a elevação das cotas no encontro de quinta-feira, em Beirute. Outros membros do cartel já produzem na capacidade máxima.
Segundo o principal produtor do cartel, a Arábia Saudita, a OPEP nem sempre pode controlar os preços do petróleo, ficando com a tarefa de assegurar o equilíbrio entre a oferta e a demanda, disse o ministro do Petróleo Ali al-Naimi.
– O principal motivo (da alta) é que há uma percepção de uma interrupção futura como resultado da instabilidade nos países produtores. Não há falta agora, mas eles estão especulando – afirmou Naimi.
Os esforços da Opep em contar a alta dos preços ficaram mais difíceis após o ataque militante no sábado na Arábia Saudita contra trabalhadores da cidade de Khobar. “A paranóia sobre o terrorismo no mundo ameaçando todas as instalações petrolíferas mundiais não é verdade”, acrescentou Naimi. “Eu digo a você que estou confiante que as instalações na Arábia Saudita estão muito seguras e estão bem protegidas para impedir que algo aconteça a elas”.
A ação dos Emirados Árabes teve pouco impacto nos preços de petróleo, com o barril norte-americano recuando levemente para 41,85 dólares. O contrato na Bolsa de Mercadorias de Nova York atingiu o maior patamar em 21 anos nesta quarta-feira, a 42,45 dólares o barril.
Os sauditas parecem receber o apoio da maioria dos membros da Opep para elevar as cotas oficiais de produção em 2,5 milhões de barris diários, ou 11 por cento. A Algéria propôs nesta quarta-feira o que o cartel suspendesse as cotas de produção. Isto não significa mais petróleo da Opep, mas daria à Arábia Saudita licença oficial para produzir à vontade e talvez tivesse um impacto psicológico nos preços.