Padre Marcelo Rossi é ameaçado de seqüestro

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Publicado sexta-feira, 5 de setembro de 2003 as 16:06, por: CdB

A facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) estaria planejando o seqüestro do padre Marcelo Rossi como forma de retaliação às ações do governo estadual de São Paulo contra o crime organizado que mantêm isolados em presídios de segurança máxima os líderes da organização. Além dele, juízes, diretores de presídios, deputados, senadores e três cardeais também podem ser atacados.

De acordo com informações do Jornal da Tarde, o próprio governador Geraldo Alckmin avisou o religioso sobre a ameaça. A polícia apurou que a rotina do padre estava sendo rastreada pelos criminosos que iriam seqüestrá-lo. O nome de Marcelo Rossi seria o primeiro de uma lista de quatro pessoas que o PCC pretende atacar.

O padre, a partir da ameaça, está andando com uma escolta revezada de oito policiais à paisana disponibilizados pela Secretaria de Segurança Pública. Na quarta-feira, o padre teve seu carro fechado por outro quando trafegava pela Zona Sul. Os ocupantes do veículo tentaram, mas não conseguiram interceptá-lo.
O Jornal da Tarde também divulgou uma carta de oito páginas que recebeu, informando criminosos coligados ao PCC e ao Comando Vermelho (CV) estariam planejando ataques a juízes, diretores de presídios, deputados, senadores e religiosos. Entre as possíveis vítimas, estão cardeais e arcebispos dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Na carta, o autor fornece seu nome verdadeiro, número da identidade e o local onde pode ser encontrado. O remetente é um preso detido numa penitenciária do interior.
Policiais do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) e promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) negaram, no entanto, ter recebido informações sobre possíveis planos da facção. Segundo policiais do Deic, o PCC não tem o hábito de anunciar antecipadamente seus planos.
O juiz corregedor Evandro Takeshi Kato, da comarca da região onde o autor da carta está detido, confirmou ter recebido as denúncias do preso e disse que vai ouvi-lo na próxima semana.