No país de Bolsonaro, economia vai bem e epidemia é ‘superdimensionada’

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Publicado Quarta, 14 de Outubro de 2020 às 12:57, por: CdB

Criticado por afirmar que em seu governo a Operação Lava Jato acabou, Bolsonaro repetiu a frase para apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, ressaltando mais uma vez isso era porque em seu governo não haveria corrupção.

Por Redação - de Brasília e Rio de Janeiro
Sem ter respondido, ainda, o porquê do depósito de R$ 89 mil realizado na conta da primeira-dama, Michelle, por Fabrício Queiroz — ex-assessor do clã Bolsonaro que cumpre prisão domiciliar por suspeita de ligação com a milícia armada que se instalou no Rio de Janeiro — o presidente disse nesta quarta-feira que se houver algum caso de corrupção em seu governo ele colocará o responsável “para correr”. Não falou que o corrupto, em questão, seria preso, mas levado a uma situação de fuga.

Virtude

Criticado por afirmar que em seu governo a Operação Lava Jato acabou, Bolsonaro repetiu a frase para apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, ressaltando mais uma vez isso era porque em seu governo não haveria corrupção. Ele destacou, no entanto, que no momento havia uma operação da Polícia Federal em andamento em Roraima. — Ah, acabou a Lava Jato, pessoal? A PF está lá em Roraima hoje. Para mim não tem. No meu governo, não tem porque nós colocamos gente lá realmente comprometida com a honestidade e o futuro do Brasil. Se acontecer alguma coisa a gente bota para correr, dá uma voadora no pescoço deles. Mas não acredito que haja no meu governo — disse Jair Bolsonaro.
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Bolsonaro demonstrou, mais uma vez, total desrespeito pela morte de mais de 150 mil brasileiros com a covid-19
Há uma semana, durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, ao repetir que não há corrupção no seu governo, Bolsonaro afirmou que havia acabado com a Lava Jato. — É um orgulho, uma satisfação que eu tenho dizer a essa imprensa maravilhosa nossa que eu não quero acabar com a Lava Jato. Eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo. Eu sei que isso não é virtude, é obrigação — afirmou o mandatário neofascista, à época.

Pandemia

Bolsonaro também afirmou em seguida, na cerimônia online da posse do novo presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Gouvêa Vieira, nesta tarde, que a economia brasileira recupera-se muito melhor do que o esperado. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no entanto, mais uma vez desmentem o orador. No universo em que habita o presidente, o país também teve “algum sucesso” na área da saúde durante a pandemia, comparado com outros lugares no mundo. O Brasil, porém, é o terceiro com maior número de casos e o segundo em número de mortes. Também está entre os países com maior número de mortes por 1 milhão de habitantes. Mas, para Bolsonaro, apesar dos mais de 150 mil mortos no último semestre, vítimas da covid-19, a epidemia de coronavírus foi “superdimensionada”. — Se nós e parte do empresariado tivéssemos embarcado na onda do ‘fique em casa e a economia a gente vê depois’ estaríamos em uma situação bastante complicada — concluiu.
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