Países muçulmanos declaram Jerusalém Oriental capital palestina

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Publicado Quinta, 14 de Dezembro de 2017 às 08:05, por: CdB

Em declaração conjunta após cúpula de emergência, membros da Organização para a Cooperação Islâmica pedem que outros países apoiem esse reconhecimento em reação à decisão de Trump

Por Redação, com DW - de Jerusalém:

Os 57 países da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) reconheceram Jerusalém Oriental como "capital da Palestina" e pediram que outros países façam o mesmo em reação ao reconhecimento unilateral do presidente americano, Donald Trump, de Jerusalém como capital de Israel.

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Líderes apresentam declaração conjunta após cúpula de emergência na Turquia

– Declaramos Jerusalém Oriental como capital do Estado da Palestina e convidamos todos os países a reconhecer o Estado da Palestina com Jerusalém Oriental como sua capital ocupada – afirmou a declaração apresentada no final da cúpula de emergência entre líderes da Organização para a Cooperação Islâmica, em Istambul.

O documento esclarece a postura do mundo muçulmano perante a decisão dos EUA. A OCI rejeitou e condenou o que chama de "decisão unilateral" - o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel.

Os países muçulmanos consideraram ainda o anúncio de Washington um ataque aos direitos do povo palestino e uma "deliberada deterioração de todos os esforços de paz".

Os líderes ressaltaram que a decisão de Trump alimenta "o extremismo e o terrorismo; que ameaça a paz e segurança mundiais". Os dirigentes da OCI salientam que, ao optar por esta medida, em contradição com as resoluções internacionais, Washington "assina a sua retirada do seu papel de mediador em busca de um acordo de paz".  

Conflito

O status de Jerusalém é uma das questões centrais no conflito entre israelenses e palestinos. Israel capturou a parte oriental; predominantemente árabe, da cidade sagrada durante a Guerra dos Seis Dias (1967). Sua reivindicação para toda a cidade, a qual Israel vê como a antiga capital do povo judeu, nunca foi reconhecida internacionalmente – até semana passada, quando Washington anunciou a transferência de sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém.

Após o anúncio, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu; disse não estar impressionado com as declarações dos líderes muçulmanos e insistiu que os palestinos reconheçam Jerusalém como a capital de Israel.

Reunião de emergência

Na abertura da cúpula, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan; afirmou que a decisão de Trump era um golpe contra a civilização muçulmana. "O incêndio iniciado com a decisão de Jerusalém queimará a região e o mundo. Não pode haver uma paz regional e global se uma solução para a questão da Palestina não for encontrada", destacou.

Com a cúpula, a Turquia tenta ganhar espaço como um líder regional e clama para si a tarefa de unir a comunidade política muçulmana; que inclui os rivais regionais Arábia Saudita e Irã. E muito aliados dos EUA, como Egito, a própria Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos provavelmente não arriscarão seu relacionamento com Washington para condenar Israel. 

A OCI, formada por 57 países de maioria muçulmana; inclui desde sua fundação em 1969 os palestinos como membros plenos. Na cúpula de Istambul, estiveram representados por seus chefes de governo ou Estado potências regionais como Irã, Catar, Jordânia e Líbano. Outras; como Egito e Emirados Árabes, enviaram seus chanceleres. E a Arábia Saudita teve com emissário apenas o ministro para Assuntos Religiosos; um sinal claro aos vizinhos de que, no momento; tem pouco interesse na questão palestina.

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