Palocci ironiza preocupação com juros: 'Começou a TPC'

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Publicado Quinta, 17 de Julho de 2003 às 05:48, por: CdB

O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, não quis comentar nesta quarta-feira a expectativa do mercado de que a taxa de juros poderá ser reduzida em até 1,5 ponto percentual na próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na próxima semana.

"Começou a TPC" , disse Palocci, em tom de brincadeira. Os jornalistas quiseram saber o que era TPC. "Tensão Pré-Copom" , respondeu. Em seguida pediu: "Não publiquem isso, por favor".

Palocci é médico e fez uma brincadeira ao comparar a expectativa das pessoas nos momentos que antecedem a reunião do Copom com a fase de tensão sofrida pelas mulheres antes da menstruação, a tensão pré-menstrual (TPM).

Os jornalistas decidiram que não seria uma falta muito grave deixar de atender ao pedido do ministro. Imperdoável, raciocinaram, seria não registrar a "nova sigla econômica" criada por Palocci.

A pergunta ao ministro foi provocada por uma entrevista que ele deu ao El País, o mais importante jornal da Espanha. Na entrevista, Palocci teria dito que não há perspectiva no governo brasileiro de um novo corte na taxa de juro e que a preocupação do governo é com o controle da inflação. "Foi um erro de tradução", disse o ministro.

- O que eu disse é que o governo brasileiro não tem meta de juros, mas sim meta de inflação.

Em seguida, Palocci reafirmou o que tinha dito no dia anterior. Ou seja, que a tendência é de queda da taxa de juro porque a inflação dá mostra de que está sob controle.

- Se tudo continuar dando certo na questão macroeconômica, não tem porque esperar juros maiores. Temos que esperar juros menores.

Sempre de forma cautelosa, o ministro da Fazenda procurou explicar a "queda sistemática" das taxas de juros, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em entrevista à BBC, na última sexta-feira, que ocorreria daqui para a frente. "Quando ele fala em queda sistemática é que ela deve ocorrer ao longo do tempo", explicou Palloci.

Palocci disse, mais uma vez, que o governo brasileiro não tem meta para a taxa de juros. "Não se pode ter meta para a inflação e meta para juros ao mesmo tempo", observou. Na segunda-feira, o ministro da Fazenda negou que o Brasil esteja em deflação.

- Este mês nós tivemos deflação, o que é uma circunstância dentro de um trabalho de combate à inflação que está sendo vitorioso.

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