Pandemia do coronavírus amplia avaliação negativa de Bolsonaro

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Publicado Sexta, 29 de Maio de 2020 às 14:45, por: CdB

Os entrevistados que aprovam o desempenho do presidente no âmbito da pandemia permaneceram estáveis em 27%, enquanto 22% disseram considerar a atuação de Bolsonaro regular, ante 25% no mês passado.

Por Redação - de São Paulo

A pandemia do novo coronavírus ampliou a avaliação negativa do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) pela forma como ele tem atuado no enfrentamento à pandemia do coronavírus. Pesquisa do Instituto DataFolha mostra que a reprovação subiu para 50% em maio ante 45% em abril. O estudo foi divulgado nesta sexta-feira, apenas 24 horas depois de o Brasil registrar recorde no número diário de casos confirmados de covid-19.

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Bolsonaro não pediu desculpas ao povo brasileiro pela total falta de empatia com os mais de 20 mil mortos pela covid-19

De acordo com o levantamento, publicado no diário conservador paulistano Folha de S.Paulo, aqueles que aprovam o desempenho do presidente no âmbito da pandemia permaneceram estáveis em 27%, enquanto 22% disseram considerar a atuação de Bolsonaro regular, ante 25% no mês passado.

O Datafolha mostrou, na véspera, que a avaliação negativa do governo Bolsonaro subiu de 38% em abril para 43% em maio, atingindo patamar recorde. O levantamento foi realizado nos dias 25 e 26 de maio, portanto após a divulgação quase na íntegra de reunião ministerial no âmbito de inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura suposta interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal.

Cloroquina

Com relação à pandemia de coronavírus, que já deixou mais de 26,7 mil mortos no Brasil, a piora na avaliação do presidente ocorreu após a segunda troca no comando do Ministério da Saúde em menos de um mês, com o pedido de demissão de Nelson Teich em 15 de maio.

Assim como Luiz Henrique Mandetta, a quem substituira em abril, Teich deixou o cargo por discordar de Bolsonaro com relação às medidas de enfrentamento à covid-19. O presidente é contra as medidas de distanciamento social e defende o uso ampliado do medicamento cloroquina, apesar da falta de comprovação científica de eficácia contra a doença respiratória provocada pelo novo coronavírus.

O Ministério da Saúde, atualmente comandado de forma interina pelo general Eduardo Pazuello, tem aprovação de 45%, uma forte queda em relação aos 76% de apoio no começo de abril, durante a gestão Mandetta, e também abaixo dos 55% do final do mês passado, com Teich. Ainda assim, a aprovação fica bem acima dos 27% de Bolsonaro.

Irresponsável

Após a saída de Teich, a pasta publicou protocolo recomendando o uso da cloroquina para pacientes de Covid-19 já a partir dos primeiros sintomas, apesar de testes com o medicamento no Brasil e no exterior terem sido interrompidos devido a riscos à saúde.

De acordo com a pesquisa, 33% consideram Bolsonaro muito responsável pelo avanço da pandemia de coronavírus, que na quinta-feira teve o recorde de 26.417 casos registrados em apenas um dia pelo Ministério da Saúde. Para 45%, o presidente não é responsável, enquanto 20% disseram que ele é um pouco responsável.

Governadores, muitos dos quais em guerra com Bolsonaro por terem decretado medidas de isolamento social que são atacadas pelo presidente, permanecem melhor avaliados do que o chefe do Executivo federal com relação ao enfrentamento à Covid-19, mas também tiveram perda na aprovação, com oscilação de 54% em abril para 50% em maio.

Para 25% os governadores tem avaliação ruim/péssima no tocante à pandemia, uma alta de 5 pontos, e se manteve em 24% o percentual que os considera regular. A pesquisa ouviu 2.069 pessoas por telefone e tem margem de erro de 2 pontos percentuais, informou o DataFolha.

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