Papa abre reunião de bispos sob sombra de escândalo de abusos na Igreja

Arquivado em:
Publicado Quarta, 03 de Outubro de 2018 às 07:50, por: CdB

Igreja está implicada em uma crise de abusos sexuais em países que incluem Chile, Alemanha, Estados Unidos e Austrália, e o Vaticano sabe que precisa reconquistar os jovens desencantados.

Por Redação, com Reuters - da Cidade do Vaticano O papa Francisco abriu nesta quarta-feira uma reunião de bispos no momento em que a Igreja Católica atravessa uma crise causada por abusos sexuais, exortando líderes católicos a não deixarem que a fé da próxima geração seja extinta “por nossas limitações, erros e pecados”.
papa.jpg
Papa Francisco cumprimenta bispos durante encontro no Vaticano
Indicando a pressão extraordinária que a Igreja está sofrendo por causa do escândalo mundial de abusos sexuais, o cardeal Charles Chaput, arcebispo do Estado norte-americano da Filadélfia, pediu que o “sínodo da juventude” fosse cancelado para que o Vaticano pudesse se concentrar nos preparativos de outra reunião de bispos sobre a prevenção de abusos sexuais. O cardeal Joseph Tobin, arcebispo de Newark, em Nova Jersey, ficou em casa para lidar com as consequências do escândalo, e o bispo holandês Robert Mutsaerts, de Den Bosch, boicotou o encontro dizendo que o sínodo carece de credibilidade. Mais de 250 outros bispos de todo o mundo participarão do encontro de um mês, e cerca de 40 jovens foram convidados a participar como observadores.

China

Dois dos bispos são da China, um fato inédito resultante de um acordo histórico firmado pelo Vaticano no início deste mês que melhorou os laços com o governo comunista chinês. Aplausos irromperam quando o papa assinalou sua presença na homilia de uma missa para dezenas de milhares de pessoas na Praça São Pedro. Embora o título oficial do sínodo seja “Jovens, Fé e Discernimento Vocacional”, o escândalo global de abusos sexuais se faz sentir nos bastidores, e muitos acreditam que será parte da pauta informal dos debates. – Que o Espírito nos dê a graça de ser uma memória que é diligente, viva e eficiente, que não se permite extinguir de uma geração para a outra ou ser esmagada pelos profetas da perdição e do infortúnio, por nossas limitações, erros e pecados – disse Francisco em sua homilia. A Igreja está implicada em uma crise de abusos sexuais em países que incluem Chile, Alemanha, Estados Unidos e Austrália, e o Vaticano sabe que precisa reconquistar os jovens desencantados. O sínodo começou um dia depois de uma nova enquete do Centro de Pesquisas Pew revelar que a confiança na maneira como o papa está lidando com a crise despencou entre os católicos norte-americanos.
Francisco disse esperar que o encontro, que termina em 28 de outubro e resultará em um documento papal, seja “ungido pela esperança”.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo