Para o papa Francisco, no mundo atual "todos precisam de silêncio”. Para que isso "proteja nossa alma das banalidades corrosivas do consumo; e das tonturas causadas pela publicidade".
Por Redação, com Ansa - de Roma
O papa Francisco celebrou a primeira missa do ano, na manhã desta segunda-feira, e pediu que todos tenham um "coração de mãe" durante o novo ano que se inicia.
— Que a fé não seja reduzida apenas a uma ideia ou a uma doutrina. Nós temos necessidade, todos temos, de ter um coração de mãe que sabe proteger a tenacidade de Deus e escutar as necessidades dos homens — disse aos fiéis durante a celebração de Maria Santíssima.
O líder católico também pediu que a Igreja seja como Maria porque "o dom de cada mãe e de cada mulher é tão precioso para a Igreja, que é mãe e mulher".
— E enquanto o homem, muitas vezes, abstrai, afirma e impõe ideias, a mulher, a mãe, sabe proteger, ligar ao coração e vivificar", acrescentou.
Corações insensíveis
Em outra passagem da homilia, o Pontífice pediu ainda que todos sejam amados.
— Cada vida, daquela do ventre da mãe aos idosos, dos sofredores e doentes, até aquelas incômodas e as repugnantes, deve ser acolhida, amada e ajudada. Também nós, cristãos em caminho, sentimos no início do ano a necessidade de recomeçar do centro, de deixar para trás os fardos do passado e recomeçar com o que importa. Para recomeçar, olhemos para a Mãe. No seu coração, bate o coração da Igreja. Para andar adiante, diz a festa de hoje, é preciso voltar: recomeçar do presépio, da Mãe que tem Deus nos braços. A devoção de Maria não é uma etiqueta espiritual, é uma exigência da vida cristã — ressaltou.
O sucessor de Bento XVI ainda convidou os fiéis para também fazer momentos de silêncio para "que deixemos Jesus falar aos nossos corações".
— Que a sua pequenez desmantele o nosso orgulho, que a sua pobreza perturbe nossa grandeza, que a sua tenacidade toque nosso coração insensível — disse ainda.
Para Francisco, no mundo atual "todos precisam de silêncio”. Para que isso "proteja nossa alma das banalidades corrosivas do consumo; e das tonturas causadas pela publicidade".
Imigrantes
Ainda nesta segunda-feira, Francisco celebrou o primeiro "Angelus" do ano e pediu que todos possam ajudar a garantir um "futuro de paz" para os milhões de imigrantes pelo mundo.
O dia 1º de janeiro é considerado o Dia Mundial da Paz. O pontífice, definiu como tema para a data o tema "Imigrantes e Refugiados: Homens e Mulheres em busca de paz".
— Desejo, ainda mais uma vez; ser a voz desses nossos irmãos e irmãs que invocam para si o desejo do futuro de paz. Para essa paz, que é direito de todos; muitos deles estão dispostos a arriscar a vida em uma viagem que, na grande maioria dos casos, longa e perigosa; eles estão dispostos a enfrentar o cansaço e o sofrimento — destacou.
A paz
Ele ainda lançou um apelo aos milhares de fiéis presentes nesta segunda na Praça São Pedro.
— Por favor, não desperdicemos a esperança no coração deles e não sufoquemos as suas expectativas de paz. É importante que todos, instituições civis; realidades educativas, assistenciais e eclesiais; se empenhem para assegurar aos refugiados; aos imigrantes, a todos, um futuro de paz. Que o Senhor nos conceda a possibilidade de atuar com generosidade para realizar um mundo mais solidário e acolhedor — disse, ainda, sobre o tema.
Além de agradecer as entidades que ajudam os estrangeiros; Jorge Mario Bergoglio agradeceu a todas as instituições católicas. Aquelas que "fazem múltiplas iniciativas de oração e de ações pela paz".