Paquistão prende suspeito de ordenar ataques em Mumbai

Arquivado em:
Publicado Quarta, 17 de Julho de 2019 às 08:45, por: CdB

A prisão ocorreu dias antes de uma visita a Washington do primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, que prometeu reprimir grupos militantes que operam no Paquistão.

Por Redação, com DW - de Genebra

Autoridades do Paquistão prenderam nesta quarta-feira Hafiz Saeed, o suposto mentor de um ataque militante de quatro dias à cidade indiana de Mumbai em 2008, sob acusações de financiamento do terrorismo, disse um porta-voz do governo da província de Punjab.
ataques.jpg
Hafiz Muhammad Saeed, chefe do Lashkar-e-Taiba
A prisão ocorreu dias antes de uma visita a Washington do primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, que prometeu reprimir grupos militantes que operam no Paquistão. Saeed, designado pelos Estados Unidos e pela Organização das Nações Unidas (ONU) como terrorista, é o fundador do Lashkar-e-Taiba (LeT), ou Exército dos Puros, grupo militante que os EUA e a Índia culpam pelos ataques em Mumbai que mataram mais de 160 pessoas. Ele negou qualquer envolvimento e disse que sua rede, que inclui 300 seminários e escolas, hospitais, uma editora e serviços de ambulância, não tem laços com grupos militantes. Um porta-voz do governador do Punjab, Shahbaz Gill, disse que Saeed foi preso perto da cidade de Gujranwala, no centro do Paquistão.

Organizações

“A principal acusação é que ele está arrecadando fundos para organizações proibidas, o que é ilegal”, disse o porta-voz. O Departamento de Contraterrorismo do Punjab disse em um comunicado que Saeed foi preso quando ia a um tribunal de Gujranwala para pedir uma fiança pré-prisão, mas que foi mantido sob custódia. O Paquistão, que consta de uma lista da Força-Tarefa de Ação Financeira, uma agência que combate a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, sofre uma pressão crescente para parar de custear grupos militantes. Mas uma autoridade do governo indiano disse que simplesmente prender Saeed não basta e que ele deveria ser levado a julgamento e condenado. “Queremos uma ação real, não estes tipos de medidas que são reversíveis. Uma corte ordena sua prisão, outra o liberta”, disse o funcionário, que tem conhecimento profundo de questões diplomáticas com o Paquistão. Ele disse que o sentimento em Nova Délhi é o de que o Paquistão está tomando medidas como estas por causa da viagem de Khan aos EUA, que ofereceram uma recompensa de 10 milhões de dólares por informações que levem à condenação de Saeed pelos ataques em Mumbai. Em 2017, autoridades paquistanesas colocaram Saeed em prisão domiciliar e mais tarde o libertaram, já que ele foi absolvido das acusações que recebeu, o que provocou críticas fortes de Washington e de Nova Délhi.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo