Para chanceler cubano, Bolsonaro "delira" e sente falta da ditadura

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Publicado Terça, 24 de Setembro de 2019 às 11:11, por: CdB

Bruno Rodriguez escreveu no Twitter que Bolsonaro "deveria se ocupar da corrupção em seu sistema de justiça, [no] governo e [na sua] família".

Por Redação, com Brasil de Fato e Agências de Notícias - de São Paulo O chanceler de Cuba, Bruno Rodriguez, reagiu às "calúnias" do presidente do Jair Bolsonaro (PSL), que dedicou boa parte de seu discurso de abertura na Assembleia Geral das Nações Unida (ONU), nesta terça-feira, para atacar o regime cubano. - Em 2013, o acordo entre o governo petista e a ditadura cubana trouxe ao Brasil 10 mil médicos sem nenhuma comprovação profissional. Um verdadeiro trabalho escravo, respaldado por entidades de direitos humanos do Brasil e da ONU - disse Bolsonaro logo após afirmar que, durante os governos do PT, o Brasil "esteve à beira do socialismo".
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Bolsonaro também foi criticado por líderes como o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), que criticou o discurso radical de Jair Bolsonaro como inadequado e sem bom senso.
- A história nos mostra que, já nos anos 1960, agentes cubanos foram enviados para diversos países para colaborar com a implementação de ditaduras. Há poucas décadas tentaram mudar o regime brasileiro e de outros países da América Latina - concluiu ele, que depois ainda atacaria alvos já usuais como o governo da Venezuela, o Foro de São Paulo, e os interesses das potências estrangeiras na Amazônia. Bruno Rodriguez, o chanceler de Cuba, respondeu alguns minutos depois em sua conta no twitter: "Rechaço energicamente as calúnias de Bolsonaro. [Ele] delira e é saudoso dos tempos da ditadura militar [no Brasil]. Deveria se ocupar da corrupção em seu sistema de justiça, [no] governo e [na sua] família. A deputada federal, Jandira Feghali, também usou o Twitter e escreveu: Bolsonaro apequenou o Brasil. Os líderes mundiais o olham com estranheza. Sabem no fundo o quanto extremista e sem credibilidade ele é. Nosso país não merece esse vexame". Após um evento, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), criticou o presidente brasileiro e classificou o discurso radical de Jair Bolsonaro como inadequado e sem bom senso. O senador Randolfe Rodrigues (Rede), tuitou chamando Raoni de "símbolo da resistência da nossa Amazônia". "Receber ataques desse governo que luta para destruir o nosso futuro só comprova a importância de Raoni na luta pelos direitos dos indígenas e pela preservação da Amazônia!", afirmou o político que representa o Amapá. Raoni Ao contrário do que pensa Jair Bolsonaro, um grupo de antropologistas e ambientalistas do Brasil propôs a indicação do líder indígena Raoni Metuktire, do povo Caiapó, como candidato ao prêmio Nobel da Paz de 2020 por seu trabalho voltado para a proteção da Floresta Amazônica. Raoni, ícone dos povos indígenas da Amazônia, tornou-se internacionalmente conhecido como um defensor do meio ambiente na década de 1980 com o cantor Sting ao seu lado. Aos 89 anos de idade, Raoni voltou à luta neste ano para buscar ajuda para o fim das queimadas que estão destruindo a floresta e que estão ocorrendo, segundo ele, por causa dos planos do presidente Jair Bolsonaro para levar projetos econômicos para a Amazônia e de assimilação dos povos indígenas da floresta. A Fundação Darcy Ribeiro anunciou nesta semana que propôs formalmente o nome de Raoni para a indicação ao comitê norueguês do Nobel, responsável pela escolha dos vencedores da premiação anual. A fundação também escreveu ao presidente francês, Emmanuel Macron, para pedir apoio para a nomeação de Raoni. O líder indígena encontrou-se duas vezes neste ano com Macron, que criticou a política ambiental do governo Bolsonaro durante recente reunião dos líderes do G7. Um porta-voz da fundação, Toni Lotar, afirmou neste sábado que a indicação de Raoni foi aceita inicialmente pelo comitê do Nobel, mas que a fundação ainda precisa completar o processo de nomeação. – O chefe Raoni é um símbolo vivo da luta de proteção da natureza e dos direitos dos povos indígenas da Amazônia – disse Lotar à Reuters. – Ele é respeitado mundialmente por uma vida dedicada à sobrevivência de nosso planeta que está ameaçada pelas mudanças climáticas – disse Lotar. O governo de Bolsonaro nega que tenha encorajado uma campanha de queimadas na região amazônica e culpa a explosão nos focos de incêndio à temporada de seca.
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