O coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, avaliou que o governo não deve alterar as metas de inflação neste ano, o que poderia ocorrer caso se deseje diminuir o impacto no custo de vida provocado pelos contratos indexados aos Índices Gerais de Preços (IGPs) nas chamadas tarifas públicas, como energia, telefone e água.
Para Quadros, não há necessidade de mudanças porque o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano ficará abaixo do limite máximo determinado pelo Banco Central, que é de 7%.
– No ano passado, o IPCA deve ter superado um pouco 7%, especialmente porque ocorreram choques dos preços de alguns produtos, como o petróleo e o aço – comentou. Em 2004, subiu 59 28% o grupo Ferro, Aço e Derivados na inflação de atacado medida pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), apurado pela FGV.
– Como em 2005 não deverão ocorrer tais elevações de custos, e o câmbio tende a ficar em parâmetros estáveis, acredito que a inflação ao consumidor ficará dentro da meta estabelecida pelo governo.
Quadros acredita que a adoção de índices de inflação para alguns setores da economia, como defende o coordenador do IPC da Fipe, Paulo Picchetti, deve ser avaliada caso a caso.
– A Anatel já manifestou que deseja adotar tal medida para os contratos que serão reavaliados a partir de 2006 – comentou.
– Para alguns segmentos da economia, contudo, pode ser que a composição do novo índice fique muito próximo de outros que já são utilizados pelo mercado há anos e apresentam bons resultados. Aí, talvez não será vantagem adotar tais indicadores.
Na avaliação de Quadros, o governo deve cumprir os atuais contratos firmados com as concessionárias de serviços públicos.
– No longo prazo, é melhor para a economia absorver a inflação mais pressionada hoje pela indexação de tarifas aos IGPs porque representará estabilidade e evolução institucional – afirmou.
– O respeito às regras é essencial para manter o fluxo de investimentos no Brasil, tão necessários à expansão do setor produtivo, geração de empregos e melhoria das condições sociais do País.
Para Quadros, governo não deve mudar metas de inflação
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Publicado segunda-feira, 10 de janeiro de 2005 as 14:46, por: CdB