As disputas foram iniciadas por planos do governo de tornar contratação e demissão mais fáceis com uma nova reforma trabalhista, que o primeiro-ministro Manuel Valls disse repetidamente que não irá retirar
Por Redação, com agências internacionais – de Paris:
Autoridades francesas enviaram caminhões privados de coleta de lixo para retirar pilhas de dejetos das ruas de Paris nesta sexta-feira, e disseram aos funcionários grevistas do setor público que não terão permissão de atrapalhar a Euro 2016.
Os olhos do continente estão voltados para a França, à medida que a Euro 2016 começa mais tarde nesta sexta-feira, com 1,5 milhão de torcedores estrangeiros esperados para se juntar a pelo menos um milhão de franceses no festival esportivo que dura um mês.
– Todo o lixo será retirado, começando agora, – disse a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, acrescentando que cerca de 50 caminhões foram enviados durante a noite e mais 30 na manhã desta sexta-feira para se livrar do lixo que estava empilhado por conta da greve dos garis. “Obviamente irá demorar alguns dias”.
Preocupado com danos à imagem internacional da França, o ministro do Transporte, Alain Vidalies, disse que condutores de trens serão forçados a garantir transporte público para torcedores caso necessário.
O ministro e a prefeita de Paris conversaram horas antes da partida de início do torneio, que é uma oportunidade de tentar mostrar a habilidade do país organizar sem problemas um grande evento internacional, mesmo após ataques militantes mortais em novembro.
– Não haverá mais negociações. Não há motivo para continuar a greve caso não seja por razões políticas, disse Vidalies.
As disputas foram iniciadas por planos do governo de tornar contratação e demissão mais fáceis com uma nova reforma trabalhista, que o primeiro-ministro Manuel Valls disse repetidamente que não irá retirar.
Pilotos da Air France
Não apenas o setor de resíduos ameaça o bom funcionamento da Eurocopa, que deveria mostrar a habilidade da França de conduzir um grande evento internacional após ser abalada por ataques terroristas no ano passado. Ciente dos possíveis danos à imagem do país no exterior, o ministro dos Transportes, Alain Vidalies, condenou os planos do sindicato de pilotos da Air France de iniciar uma greve de quatro dias a partir deste sábado.
Vidalies disse que, se necessário, os condutores de trens serão forçados a assegurar o funcionamento do transporte público para os torcedores. “Não haverá mais negociações. Não há mais razões para continuar a greve, a não ser razões políticas”, disse o ministro.
Os funcionários da empresa ferroviária estatal SNCF entraram no décimo dia de greve, mas a empresa prometeu garantir o transporte em momentos cruciais, como antes da primeira partida da Eurocopa, nesta sexta-feira.
A Air France afirmou que deseja garantir em torno de 80% dos voos neste sábado, cancelando um em cada quatro voos de média distância e um em cada dez de longa distância ou domésticos.
Vidalies disse que o governo não irá tolerar quaisquer formas de protestos ilegais, como os bloqueios de linhas férreas realizados nos últimos dias. Uma das maiores preocupações eram as ameaças de alguns sindicatos de interromper os trens entre Paris e o subúrbio de Saint-Denis, onde fica o Stade de France.