Parlamento marca data das eleições no Quirguistão

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Publicado sábado, 26 de março de 2005 as 10:37, por: CdB

O Parlamento da república do Quirguistão, na Ásia central, estipulou o dia 26 de junho, este sábado, como a data para a eleição do substituto para o presidente Askar Akayev.

Ele foi deposto na quinta-feira, quando a oposição tomou o poder durante manifestações contra o governo.

Não está claro se também serão realizadas eleições para o parlamento na mesma data.

As informações são de que a capital, Bishkek, viva um clima tenso, porém calmo, após os protestos e saques às lojas ocorridos nos últimos dias.

Líderes da oposição tomaram medidas para restaurar a estabilidade no país.

O chefe de Estado e primeiro-ministro interino, Kurmanbek Bakiyev, indicou várias figuras proeminentes para o conselho interino que vai governar o país até as eleições.

Milícias voluntárias também estão patrulhando as ruas já que vários policiais deixaram os seus postos desde que o presidente Askar Akayev foi deposto.

Os indicados para o conselho interino são oposicionistas. Um deles, Felics Kulov, estava na prisão e foi libertado nesta quinta-feira. Kulov agora terá a tarefa de restaurar a ordem e a segurança no país.

O primeiro-ministro interino disse ao Parlamento que as eleições devem ser realizadas dentro de três meses, como determina a Constituição, mas não estabeleceu uma data específica.
Os governos da Rússia e dos Estados Unidos disseram que estão dispostos a trabalhar com a nova liderança do Quirguistão.

Mas, ao mesmo tempo, o presidente russo, Vladimir Putin lamentou que, mais uma vez:

– Problemas em um país tenham sido resolvidos de maneira ilegal.

O chefe da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), está viajando para Bishkek para participar de discussões com líderes políticos.

O diretor da organização, Dmitirij Rupel, relatou a situação por telefone para a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e para o ministro do Exterior da Rússia, Sergey Lavrov.
O Quirguistão integrava a União Soviética até 1991.

A atual crise foi desencadeada pelas alegações da oposição de que eleições parlamentares, realizadas neste ano, foram fraudadas.

Analistas acreditam que a crise tem paralelos com o que ocorreu na Ucrânia nos últimos meses e, antes, na Geórgia – dois países que também faziam parte da União Soviética.