Milhares de manifestantes entraram em confronto com a polícia nesta terça-feira perto do Parlamento ucraniano, jogando pedras e bombas de fumaça, além de atirarem com armas de ar comprimido contra as janelas do prédio.
Um fotógrafo da agência inglesa de notícias Reuters disse que os manifestantes, muitos dos quais estavam mascarados e armados com bastões ou correntes de metal, se juntaram na porta principal do edifício e começaram a atacá-lo com projéteis.
Deputados que haviam acabado de aprovar leis anticorrupção e a nomeação de um novo ministro da Defesa, no último dia de sessão do atual Parlamento antes das eleições de 26 de outubro, anteciparam o recesso por causa do distúrbio.
O Parlamento aprovou leis de combate à corrupção e para reduzir as ações de vigilância do Estado na vida política, datadas do período soviético, como parte dos esforços dos novos líderes do país, pró-Ocidente, para atender às demandas de seus futuros parceiros da União Europeia antes da eleição parlamentar.
Não ficou imediatamente claro qual a demanda dos manifestantes, que se recusavam a dizer quais forças políticas representavam.
– Esta é uma ação provocadora dirigida para a desestabilização da situação na Ucrânia – disse Zoryan Shkiryak, assessor do Ministério do Interior ucraniano.
A maioria das janelas do primeiro andar foi quebrada ou danificada pelas armas de ar comprimido, disse o fotógrafo. A polícia disse ter prendido 36 manifestantes.
Mais cedo nesta terça-feira, o partido nacionalista Svoboda realizou uma reunião perto do Parlamento pedindo que os deputados concedessem um status especial a uma força nacionalista que data da Segunda Guerra Mundial chamada Exército Insurgente Ucraniano, que combateu a ocupação nazista e, mais tarde, as forças soviéticas.
Mas o Svoboda disse que seus membros não tinham ligação com os manifestantes. O grupo nacionalista de extrema direita Setor de Direita declarou que seus integrantes não haviam participado do protesto.
No leste da Ucrânia, sete soldados ucranianos foram mortos nas últimas 24 horas apesar de um cessar-fogo entre forças do governo e separatistas. Seis dos soldados foram mortos em duas explosões de minas terrestres, disse um porta-voz militar.
As minas foram colocadas por separatistas pró-Rússia em uma área que faz fronteira com um território controlado por rebeldes que buscam independência de Kiev.
O presidente ucraniano Petro Poroshenko firmou um cessar foto em 5 de setembro, mas o acordo tem sido regularmente violado e militares dizem que cerca de 50 soldados já foram mortos.
Cerca de 3.660 pessoas foram mortas no conflito que já dura seis meses, de acordo com dados das Nações Unidas.