Pazuello desgasta o ‘Centrão’ em nova denúncia contra Lira

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Publicado Sábado, 03 de Julho de 2021 às 14:21, por: CdB

Pazuello referia-se à busca dos parlamentares por repasses de recursos que restavam no Orçamento, no fim de 2020. O objetivo seria fechar acordos entre a gestão Jair Bolsonaro e o ‘Centrão’, como forma de se manter no governo, conhecido no jargão político como o ‘toma lá, dá cá’.

Por Redação - de Brasília

Ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello tem dito a interlocutores, sem qualquer cerimônia, que foi pressionado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e pelo ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, para distribuir verbas da pasta a aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Os ataques atingem, diretamente, a base do governo no Congresso. Em especial os líderes do grupo conhecido como ‘Centrão’.

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Pazuello foi abandonado à própria sorte por seus superiores hierárquicos e agora tenta se esquivar da CPI da Covid

Pazuello referia-se à busca dos parlamentares por repasses de recursos que restavam no Orçamento, no fim de 2020. O objetivo seria fechar acordos entre a gestão Jair Bolsonaro e o ‘Centrão’, como forma de se manter no governo, conhecido no jargão político como o ‘toma lá, dá cá’. No discurso de despedida de Pazuello do ministério, ele ligou sua saída a pedidos negados por ‘pixulé’ (propina).

— Chegou no final do ano uma carreata de gente pedindo dinheiro politicamente. O que fizemos? Distribuímos todo o recurso do ministério. Foi outra porrada, porque todos queriam um pixulé no final do ano — disse o general, pouco antes de deixar o cargo.

Só vacinas

Aliados de Pazuello dizem que o Ministério da Saúde não seguiu o acordo político e aplicou a maior parte dos recursos dentro dos próprios programas. Em plena disputa pelo comando da Câmara, a decisão da pasta incomodou Lira e Ramos. Ao deixar o ministério, Pazuello disse que ficou "jurado de morte" por se opor a acordos políticos.

— E aí começou a crise com liderança política que nós temos hoje, que mandou uma relação para a gente atender e nós não atendemos. E aí você está jurado de morte — revelou Pazuello, à época.

Procurados pela mídia conservadora, Ramos e Pazuello não se manifestaram. Lira, por sua vez, admitiu que fez pressão sobre o ex-ministro da Saúde, mas apenas para a compra de vacinas.

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