PCC diminui ritmo de ataques na terceira noite de atentados

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Publicado Sexta, 14 de Julho de 2006 às 07:36, por: CdB

O Primeiro Comando da Capital (PCC) diminui o ritmo dos ataques na terceira noite de atentados contra o Estado de São Paulo. Entre a noite de quinta-feira e a madrugada desta sexta, os criminosos continuaram a privilegiar alvos "civis", como ônibus, pontos de comércio, concessionárias de veículos e até caminhões de lixo.

Os atentados não provocaram novas mortes, mas deixaram pelo menos um ferido grave, em Nova Odessa (126 km a noroeste da capital). O motorista de um microônibus da Viação Ouro Verde, Manoel Francisco da Silva, 44, teve 90% do corpo queimado durante um ataque incendiário.

Segundo a polícia, os criminosos jogaram um coquetel molotov no banco do motorista, na rua Maximiliano Dalmedico, no bairro de Santa Luiza, por volta das 20h. Nervoso, Silva teve dificuldade para soltar o cinto de segurança e acabou sofrendo queimaduras graves. Ele foi socorrido no PS Municipal e depois transferido para o Hospital Estadual de Sumaré (120 km a noroeste da capital).

Transporte

De acordo com a São Paulo Transporte (SPTrans), o transporte coletivo na capital paulista está normalizado nas primeiras horas desta sexta-feira, dia seguinte à paralisação da maioria dos ônibus na cidade, motivada pelos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC). Porém a empresa pública admite que o serviço poderá operar parcialmente ao longo do dia, caso haja novos atentados na capital.

O serviço de trens da CPTM e do metrô paulistano operam normalmente, assim como o rodízio de veículos está mantido.

Medidas

O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), afirmou, na noite de quinta-feira, que vai solicitar nesta sexta ao Ministério da Justiça a transferência de 1,6 mil presos federais que hoje ocupam unidades prisionais paulistas. Essas transferências correspondem ao número de detentos confinados em condições precárias na penitenciária de Araraquara, após a unidade ser destruída em uma rebelião. O prazo de três dias dado pela Justiça para o governo apresentar soluções termina nesta sexta.

Também nesta quinta-feira, 26 detentos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) foram transferidos da penitenciária 2 de Presidente Venceslau para uma das três penitenciárias de Lavínia, municipio também localizado no interior paulista. A transferência - uma das exigências do PCC para encerrar os ataques - foi confirmada por funcionários de Presidente Venceslau.

A Secretaria da Administração Penitenciária informou, por meio de sua assessoria, que não negocia com facções criminosas e não torna públicas as transferências de presos, alegando motivos de segurança.

A transferência de 795 detentos para o regime de segurança máxima de Presidente Venceslau, em maio, é apontada como principal motivo para a primeira série de ataques patrocinada pelo PCC no estado, naquele mês. Seria dessa prisão que, na última segunda-feira, teria partido a ordem para o reinício dos atentados, caso não houvesse a transferência de detentos em Araraquara e Itirapina até ontem. O PCC também teria ordenado as ações criminosas contra a transferência de 40 lideranças para o presídio federal de Catanduvas (PR).

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