Pedido do BTG Pactual de recompra de units acima do limite é recusado

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Publicado segunda-feira, 14 de dezembro de 2015 as 11:32, por: CdB

As units são uma mistura de ações com e sem direito a voto no banco de investimento e em sua divisão de private equity

Por Redação, com Reuters – de São Paulo:
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) rejeitou um pedido do grupo BTG Pactual de recomprar até 41% de suas units em circulação para segurar a queda de preços dos papéis causada pela prisão do ex-controlador e fundador da instituição financeira André Esteves no fim do mês passado.
O limite de recompra previsto pelas normas da CVM é de 10%.
O regulador dos mercados de capitais disse em decisão publicada em seu site e datada de sexta-feira que a proposta feita pelos administradores do BTG Pactual um dia após a prisão de Esteves poderia reduzir drasticamente o número de ações do banco negociadas na BM&FBovespa.

BTG Pactual
O Conselho de Administração do Banco BTG Pactual criou um Comitê Especial para supervisionar e dirigir uma investigação interna sobre a atuação de Andre Esteves

Sob o plano, o BTG Pactual anunciou um programa de recompra de até 10% de suas units que poderia ser ampliado para 41% caso a queda dos papéis continuasse por um período mais longo.
As units são uma mistura de ações com e sem direito a voto no banco de investimento e em sua divisão de private equity.
A CVM disse que a recompra de mais de duas em cada cinco units em circulação poderia “aumentar o risco de negociação” para o ativo e poderia levar à “criação de condições artificiais de mercado por atuação dos requerentes”.
Desde a prisão de André Esteves em 25 de novembro, as units caíram 57%.
Os papéis subiram quase 14% na sexta-feira, segundo dia de ganhos desde a prisão do bilionário, que era o porta-voz do banco desde sua criação seis anos atrás.

Investigação interna no BTG Pactual

O Conselho de Administração do Banco BTG Pactual criou um Comitê Especial para supervisionar e dirigir uma investigação interna sobre a atuação do ex-presidente da instituição, André Esteves, preso na Operação Lava Jato. A informação foi divulgada na última sexta-feira.
Segundo o banco, o Comitê Especial será formado por maioria de membros independentes do Conselho de Administração e será presidido por Mark Maletz, membro independente do conselho, contando também com Claudio Galeazzi, também independente, e Huw Jenkins, vice-presidente do Conselho de Administração do BTG Pactual. As ações do Comitê Especial serão tomadas por voto da maioria e os membros independentes sempre constituirão a maioria dos membros votantes do Comitê Especial, informou o banco.
O BTG diz que contratou o escritório internacional de advocacia Quinn Emanuel, com ampla experiência em investigações dessa natureza, para conduzir a investigação interna independente. O escritório indicará em breve uma empresa de advocacia brasileira para trabalharem em conjunto.
Em nota, o BTG diz ainda que o Conselho de Administração não estabeleceu limites à autoridade do Comitê Especial na condução da investigação e concordou em colocar à disposição do Comitê Especial e do Quinn Emanuel as informações e profissionais do BTG Pactual.