Valdemar Ribeiro de Souza Filho tem 50 anos, é casado, tem duas filhas e é mais um caso que engrossa as estatísticas do descaso da saúde pública no Estado. Durante seis dias a professora, Maria Aparecida Guimarães percorreu com o marido Valdemar, hospitais em São Gonçalo e só conseguiu o diagnostico correto no Hospital Universitário Antônio Pedro, em Niterói. Hoje, Valdemar está internado há 36 dias em coma, com meningite, insuficiência respiratória e um edema cerebral.
Segundo Maria Aparecida, moradora do Jardim Amendoeira, o desespero na sua vida começou no sábado, do dia 17 de julho quando seu marido apresentou os primeiros sinais de febre alta e vômito. Valdemar foi levado pela primeira vez para o Hospital Estadual Alberto Torres, no Columbandê no qual foi atendido pelo Dr. João Godeceira Lopes Filho, que receitou um analgésico e liberou o paciente.
No domingo, dia 18 de julho, Valdemar continuava se sentindo mal, e foi levado para o posto de saúde municipal Dr. Zerbim, no Arsenal. Lá ele foi medicado, com diasepan, pela Dra. Eliane Rosa Goede e fez um Raio-x solicitado pela médica, segundo ela, o paciente não apresentou nenhuma alteração e novamente Valdemar retornou para casa.
Não satisfeita com os diagnósticos, Maria Aparecida, no dia 20 de julho, procurou um neurologista, novamente no Hospital Estadual Alberto Torres. Dessa vez ela foi atendida pelo Dr. Márcio Peçanha Tavares, que finalmente solicitou que Valdemar fizesse um exame específico e pediu um eletro-encefalograma, mas mesmo antes do resultado afirmou para Maria Aparecida que o que o paciente tinha era apenas ansiedade.
Indignada, à esposa de Valdemar informou que o quadro clínico de seu marido já estava bastante agravado e que ele já apresentava também sinais de perda de memória. Mas, segundo Maria Aparecida, o maior descaso e falta de respeito foi quando ela levou o marido para fazer o exame de eletro-encefalograma e o Hospital Estadual Alberto Torres informou que o exame só poderia ser marcado para o dia 24 de agosto.
— É o cumulo do absurdo que na emergência de um hospital estadual um exame só posa ser feito mais de um mês depois, até lá só Deus sabe o que será de nós — reclamou.
A maratona de Maria Aparecida para socorrer o marido ainda continuou por mais dois dias. Na quarta-feira 21 de julho, ela foi parar no Hospital Universitário Antônio Pedro, que por estar acima da capacidade encaminhou Valdemar para o Hospital Psiquiátrico da Fundação Municipal de Saúde de Niterói. Mas nem assim o jogo de empurra parou. O Dr Rodrigo de Arruda Falcão, do Hospital Psiquiátrico disse para Maria Aparecida que não poderia interna-lo, pois o paciente apresentava problemas clínicos e não psicológicos, e que ela teria que voltar para um hospital de São Gonçalo.
Desesperada e totalmente desorientada Maria Aparecida, no dia 22 de julho, retornou ao Hospital Universitário Antônio Pedro, onde segundo ela, depois de muito pedir e suplicar, Valdemar foi atendido pela Chefe da Clínica Médica da Emergência, Dra. Eneida Sole que diagnosticou a meningite, depois dele já ter passado por cinco médicos diferentes.
Imediatamente após o atendimento, Valdemar foi submetido a uma tomografia e internado já em coma, com edema cerebral e insuficiência respiratória. De acordo com Maria Aparecida, se não fosse o eficiente tratamento dado a Valdemar pela Dra. Eneida Sole, seu marido poderia estar em situação pior.
— Ela caiu do céu na minha vida. Quando Dra. Eneida atendeu Valdemar disse a seguinte frase: não sei aonde vou coloca-lo, mas vou te ajudar — contou emocionada Maria Aparecida sempre acreditando na recuperação do marido.
Segundo o setor de comunicação social do Hospital Universitário Antônio Pedro o estado de Valdemar Ribeiro é muito grave. O Médico que está acompanhando o caso, o neurologista, Dr. Celso Ho