Pesquisas eleitorais movimentam as ações nas bolsas de valores

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Publicado Domingo, 15 de Junho de 2014 às 13:13, por: CdB
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O ministro da Fazenda Guido Mantega
A tendência do Ibovespa é de começar a semana com viés positivo após ter acumulado ganhos de 3,16% nos últimos quatro pregões, segundo análise de economistas. O mercado deixou os fundamentos de lado ao mirar as pesquisas eleitorais e alimentar a expectativa de que a corrida ao Planalto seja decidida no segundo turno. Os investidores foram às compras e incrementaram o desempenho do principal índice da Bovespa, que soma ganhos de 6,04% no ano. No entanto, as próximas sessões devem ter o volume de negócios reduzido em função do Mundial e também do feriado nacional, na quinta-feira. Para o analista da Trader Brasil Leandro Klem, em entrevista ao diário Brasil Econômico (BE), o fato de o índice ter atingido, na última quarta-feira, o maior patamar do ano, ao encerrar a sessão aos 55.102 pontos, confirma a tendência de alta no curto prazo. “Agora o Ibovespa deve buscar os 56.500 pontos, pontuação máxima de 2013. Quando essa resistência for rompida, a tendência de alta se confirmará também no médio prazo”, projetou. "Na sexta-feira, após quatro pregões consecutivos de alta, o principal índice da Bovespa passou por um ajuste e terminou em queda de 0,54%, aos 54.806 pontos. O recuo se explica pela cautela induzida pelos conflitos no Iraque e por dados mais fracos da atividade econômica do Brasil. O IBC-BR, indicador considerado com uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), mostrou avanço de 0,12% em abril, após ter crescido 0,05% em maio. A semana que vem já começa agitada com o vencimento de opções sobre ações na segunda-feira. No entanto, os analistas esperam que as próximas sessões devem ser mais calmas, com volume de negócios reduzido por conta da agenda fraca de indicadores, somada ao jogo do Brasil e ao feriado de Corpos Christi, na quinta-feira. Na terça-feira, quando a seleção brasileira enfrenta o México, em Fortaleza, o pregão na Bovespa encerrará às 15h", diz o BE. Em relação às eleições, o Instituto Sensus deve divulgar uma nova pesquisa eleitoral no próximo sábado. O Ibope, por sua vez, tem dois levantamentos programados para vir à público na próxima semana: um deve ser conhecido no domingo e o outro na terça-feira, de acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na opinião do estrategista da Fator Corretora Paulo Gala, essas pesquisas não devem mexer tanto com o Ibovespa, ao menos no período da Copa do Mundo. Para o investidor que está com posição comprada nos papéis das estatais, Gala aconselha cautela. – Essas ações já subiram muito com a expectativa de uma troca de governo. Caso a presidente Dilma Rousseff seja reeleita, deve haver uma forte correção – afirmou. Maior estímulo Logo na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciará na BM&FBovespa, o Programa de Estímulo ao Mercado de Capitais, um pacote de medidas para destravar o acesso de Pequenas e Médias Empresas (PMEs) à bolsa de valores. O principal estímulo será fiscal e deverá atender a emissores e aos compradores das ações desse tipo de companhia. O item é apontado pelo mercado como fundamental para deslanchar a captação de recursos pelas empresas menores, colocando a bolsa como uma das opções de funding. As medidas que serão anunciadas terão como base o pleito feito em julho do ano passado pelo Comitê Técnico de Ofertas Menores ao ministério. O grupo, que reúne representantes do governo e do mercado, como Ministério da Fazenda, Comissão de Valores Mobiliários (CVM), BM&FBovespa e instituições empresariais, sugeriu uma dúzia de propostas tendo como foco as empresas com receita líquida de até R$ 500 milhões e valor de mercado inferior a R$ 700 milhões, calculado com base na precificação da oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de ações. Fontes confirmam ao jornal que a medida a ser anunciada por Mantega se alinhará com a proposta de isenção, por cinco anos, de imposto de renda sobre o ganho de capital de investidores que participem da oferta desse tipo de empresa. A alíquota atual é de 15%. Visto que hoje este tipo de IPO simplesmente não ocorre, o impacto sobre a arrecadação seria nulo. O programa buscará corrigir uma distorção histórica do mercado brasileiro, onde o tíquete médio dos IPOs é da ordem de R$ 1 bilhão. No Reino Unido, a média fica em R$ 230 milhões. A comparação é usada pelo Comitê para mostrar que os custos e a complexidade do processo têm alijado as empresas menores da bolsa, deixando o pregão restrito às gigantes. O Bovespa Mais, segmento de acesso desenhado para receber as PMEs em 2004, tem apenas nove empresas listadas, e nem todas ofertaram ações. Até o fim do ano, virão mais duas instruções atendendo a sugestões do Comitê. No fim de junho, a autarquia tira do forno a regra sobre os fundos de investimento que aplicarão em empresas do mercado de acesso e até o fim do ano permitirá que ofertas de ações colocadas de maneira privada tenham menos exigências de publicidade, benefício hoje restrito às ofertas de dívida.
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