Petrobras se diz tranqüila quanto às relações com a Bolívia

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Publicado quarta-feira, 22 de março de 2006 as 12:59, por: CdB

Nunca houve um cenário tão claro nas relações da Petrobras com o governo boliviano. Foi com esta afirmação que o diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, procurou minimizar, nesta quarta-feira, as declarações do presidente da Bolívia, Evo Morales, na tarde anterior, de que pretende estatizar as reservas e os ativos atualmente em poder das empresas internacionais que atuam no país.

– Nos últimos anos, nunca houve um horizonte tão claro com relação à Bolívia para se resolver tudo, como existe agora. Mas é preciso lembrar que os bolivianos estão no meio de um processo de negociação para a elaboração da Constituinte, que está tomando a atenção do povo e das autoridades – justificou.

Segundo Sauer, a prova desse bom momento é que a Petrobras e a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YFPB), a estatal boliviana, estão na eminência de assinar um Memorando de Entendimento contendo diversas linhas de ações incluindo sete áreas de cooperação e associação entre as duas empresas. Estes entendimentos significam associação nas refinarias, na exploração e produção de petróleo, cooperação na área de biocombustíveis, no desenvolvimento do mercado de gás natural, na conversão veicular de gasolina e diesel para gás e até na disseminação do uso do gás natural no setor residencial boliviano.

Está ainda entre essas sete áreas a possibilidade de transferência tecnológica e formação de recursos humanos pelo Centro de Treinamento da Petrobras. O objetivo é formar gerentes e técnicos necessários para gerir o sistema de gás da Bolívia e desenvolver estudos sobre o complexo industrial a ser criado na fronteira, que poderá eventualmente contemplar a fábrica de fertilizantes, termoelétrica e um pólo gás-químico.

Sauer fez questão de ressaltar, porém, que os acordos só serão levados adiante se os grupos de trabalho concluírem de maneira favorável às negociações em curso. Segundo ele, o documento ainda não foi assinado por uma incompatibilidade nas agendas de Evo Morales, do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli e outras autoridades dos dois países. “O positivo nestes entendimentos é que eles abrem perspectivas para novas oportunidades de negócios, em um ambiente já estabilizado na Bolívia”, avaliou.