De acordo com a PF, informações obtidas na 26ª fase da Lava Jato, a chamada operação Xepa, realizada em março de 2016
Por Redação, com Reuters e ABr – de Porto Alegre/Brasília:
A Polícia Federal cumpriu cinco mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira em cidades gaúchas e em Brasília como parte de investigação para combater os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em obras públicas no Rio Grande do Sul, em um desdobramento da operação Lava Jato, informou a PF.
De acordo com a PF, informações obtidas na 26ª fase da Lava Jato, a chamada operação Xepa. Realizada em março de 2016 tendo como alvo principal a Odebrecht. Levaram à descoberta de um esquema envolvendo a lavagem de dinheiro por meio de entidade associativa ligada a grandes empreiteiras.
– A entidade recebia das empreiteiras um percentual do valor de obras públicas realizadas no Estado. Contratos de assessoria entre a entidade associativa e empresas de fachada. Eram utilizados para dar aparência de legalidade às operações financeiras de retirada de valores dessa entidade – disse a PF em comunicado.
Étimo
Além de corrupção e lavagem de dinheiro. Os envolvidos também são suspeitos de evasão de divisas e crimes contra o sistema financeiro nacional. Acrescentou a PF, que deu o nome de Étimo à nova operação.
Na 26ª fase da Lava Jato, que deu origem à operação desta quarta-feira; a Polícia Federal revelou a descoberta de um setor especializado da Odebrecht para o pagamento de propina; em diversas áreas do setor de atuação da empreiteira.
Em dezembro do ano passado, a Odebrecht assinou um acordo de leniência com a Lava Jato. Ela admitiu participação em práticas empresariais impróprias e aceitou pagar multa bilionária.
Mato Grosso
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou no dia anterior a abertura de investigação sobre pagamentos com suspeitas de irregularidades a 84 juízes do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT). O caso veio à tona após a imprensa publicar que um dos magistrados recebeu R$ 503 mil em julho. Diante do fato, o conselho determinou a suspensão imediata de novos repasses.
De acordo com o corregedor nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, em janeiro; houve apenas uma decisão tomada pelo CNJ, em um caso específico; em que foi autorizado o pagamento de indenização de R$ 29,5 mil a uma juíza que atuou em uma instância superior.
Segundo o TJ do Mato Grosso, os pagamentos foram amparados na decisão citada pelo CNJ. O juiz Mirko Vincenzo Giannotte, um dos magistrados beneficiados por um pagamento de R$ 503 mil. Disse que os valores foram recebidos como compensações legais por ter atuado por 10 anos em comarcas maiores da que está lotado.
Entretanto, segundo Noronha, o entendimento não pode ser aplicado automaticamente aos demais magistrados que receberam as indenizações referentes a passivos. Como indenizações e gratificações requeridas pelos juízes e que foram pagas retroativamente.