O plantio de soja da safra 2002/03 atingiu 6% do total previsto para o País no dia 25. Em 26 de outubro do ano passado, 11% da safra estava plantada, segundo os consultores da MPrado Consultoria Empresarial, o que caracteriza o atraso na semeadura este ano. Clima quente e seco no Centro-Oeste e chuva excessiva no Sul são as razões para o atraso.
No Mato Grosso, primeiro Estado a plantar e principal produtor de soja, 9% da área total prevista estava semeada no dia 25, contra 18% na mesma data de 2001. No Mato Grosso do Sul a relação é de 4% e 7%, respectivamente, e em Goiás de 7% e 13%. No Sul o atraso é menor, com 11% plantados no Paraná, contra 17% no mesmo período do ano passado. No Rio Grande do Sul, 2% da safra de soja já havia sido plantada em 26 de outubro do ano passado, mas este ano o plantio ainda não começou, segundo a MPrado. Em São Paulo a relação é de 4% contra 8%, e em Minas Gerais de 1% para 7%.
A comerciliazação da safra, no entanto, está indo bem. No dia 25, conforme apuração da MPrado, 39% da safra 2002/03 de soja havia sido comercializada, contra 29% no mesmo período do ano passado e 26% na média de cinco anos. No Sul a parcela de soja negociada antecipadamente segue estável em 18%, em relação ao ano passado, no Norte-Nordeste a variação é pequena (de 50% contra 44% em 2001), no Sudeste a parcela comercializada é de 25% contra 15% no ano passado, e no Centro-Oeste o salto é mais significativo, com 56% comercializados este ano contra 38% no mesmo período do ano passado.
Os consultores afirmam que o mercado continua sinalizando bons preços para o ano que vem, com prêmio para março no porto de Paranaguá 67% acima do indicado neste mesmo período do ano passado, e cotação do contrato março na Bolsa de Chicago (CBOT) 27% maior que há um ano.
A MPrado calcula a paridade de exportação no porto para março em US$ 11,70/saca, contra US$ 9,15 há um ano. Os consultores recomendam cautela nas vendas, uma vez que o atraso no plantio da soja precoce indica escassez em janeiro, o que significará boas oportunidades de preço. Além disso, a esperada correção cambial e os sinais de preços firmes para 2002/03 indicam que este não é o melhor momento para prosseguir nas vendas da safra nova.