O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), disse nesta sexta-feira que foi pego de surpresa com a notícia do acordo do partido com o governo. Ele afirmou que não existe acordo nenhum porque nem a Executiva e nem os governadores peemedebistas foram consultados.
O anúncio do acordo foi feito na última quinta-feira (8) pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL) e pelo ministro José Dirceu, da Casa Civil. Segundo Temer a atitude de Renan foi isolada e não reflete a posição da legenda.
– Quero deixar bem claro. O partido não está no governo. Para estar no governo é preciso consultar-se todas as instâncias, a Executiva e os governadores, e isso não aconteceu. Não houve consulta prévia -, declarou Temer.
Sobre a formalização do acordo anunciada para a próxima terça-feira, Temer disse que se algo acontecer terá sido uma posição “isolada”.
Temer negou que exista um mal estar dele com Calheiros, porém disse que ambos ainda não conversaram.
– Vou entrar em contato porque temos que nos acertar politicamente e voltarmos a falar a mesma linguagem -, afirmou o presidente do PMDB.
Além de Temer, outros caciques peemedebistas já se manifestaram contra o acordo com o governo Lula. É o caso do ex-líder na Câmara e atual primeiro-secretário da Casa, deputado Geddel Vieira Lima (BA), e do deputado Eliseu Padilha (RS), ex-ministro dos Transportes no governo Fernando Henrique Cardoso.
– Esse acordo é uma grande mentira”, disse Padilha. “Estão enganando o presidente Lula -, afirmou Geddel.