Nas três regiões, outro aspecto em comum é que a maioria dos casos só é resolvida pela investigação policial, enquanto uma menor parte envolve flagrantes
Por Redação, com ACS - do Rio de Janeiro:
A Delegacia de Homicídios realizou um estudo que mostra que a maioria dos casos envolvendo assassinato de mulheres, o chamado feminicídio (Lei nº 13.104/15), foi esclarecida. Dos 47 feminicídios na capital fluminense analisados entre março de 2015 e março de 2016, 83% foram resolvidos. O percentual de resolução é alto também na Baixada Fluminense (55%) e em Niterói e São Gonçalo (56%).
Nas três regiões, outro aspecto em comum é que a maioria dos casos só é resolvida pela investigação policial, enquanto uma menor parte envolve flagrantes. Para o estudo, foi necessário separar as mortes causadas por violência urbana, por exemplo. Daquelas que realmente caracterizassem o feminicídio. Decorrente da violência doméstica e familiar, ou discriminação e desprezo à condição de mulher.
A pesquisa também aponta que, dos 132 assassinatos de mulheres investigados pelas delegacias de homicídios da capital e de Niterói e São Gonçalo. Em um período de um ano, 63 deles (ou 48%) foram considerados quando a vítima é morta devido à sua condição de sexo feminino.
A pesquisa
O estudo foi realizado pela delegada Marcela Ortiz, da Delegacia de Homicídios (DH). Avaliou casos referentes a 2015 e 2016. Quando completou um ano da entrada em vigor da lei que alterou o Código Penal para prever o feminicídio. Como circunstância qualificadora do homicídio. Incluindo o crime no rol dos hediondos, com pena de 12 a 30 anos de prisão.
– A sociedade como um todo precisa ter consciência de que esta é uma questão muito mais ampla. É um aspecto cultural. Este tipo de crime é fruto de machismo que ainda está enraizado na nossa cultura. Não haverá impunidade, mas é preciso ser combatido também com políticas sociais. Para atingir a nossa forma de pensar, para que determinadas mentalidades sejam mudadas de uma vez por todas – disse a delegada.