As investigações revelaram que a quadrilha chegou a manter 70 escritórios em diversas cidades do Brasil. Além da prática da agiotagem clássica caracterizada pelos empréstimos a juros abusivos, na maioria das vezes superiores a 30% mensais.
Por Redação, com ACS – de Rio de Janeiro
A Polícia Civil deflagrou nesta quinta-feira, a Operação Ábaco para cumprimento de 65 mandados de prisão preventiva e 63 de busca e apreensão contra uma das maiores quadrilhas de agiotagem e extorsão do Rio de Janeiro. A ação também aconteceu nos Estados de Santa Catarina, Ceará, Minas Gerais e Espírito Santo. Trinta e quatro pessoas foram presas.
As investigações para identificar os alvos e desarticular a quadrilha duraram 11 meses e foram conduzidas pela 76ª DP (Centro de Niterói). A operação contou com mais de 200 agentes de unidades que integram os 4º, 5º e 7º Departamentos de Polícia de Área (DPAs); Departamento Geral de Polícia do Interior (DGPI) e Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), além de polícias civis de outros estados.
Em janeiro deste ano, o chefe do principal núcleo da organização criminosa, que é dono de um famoso quiosque na Praia de Camboinhas, Região Oceânica de Niterói, foi preso pelos agentes da 76ª DP no Centro de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Durante as investigações, outros nove integrantes da quadrilha foram presos em diferentes cidades do Rio de Janeiro. Três deles possuíam mais de 15 mandados de prisão, cada um.
As investigações revelaram que a quadrilha chegou a manter 70 escritórios em diversas cidades do Brasil. Além da prática da agiotagem clássica caracterizada pelos empréstimos a juros abusivos, na maioria das vezes superiores a 30% mensais, a organização criminosa também fazia vítimas cobrando dívidas antigas, que foram contraídas com agiotas que integravam o esquema, mas que já tinham sido quitadas.
Os bandidos
Os bandidos também praticavam extorsões cobrando dívidas fictícias de empréstimos que nunca existiram. Para aterrorizar ainda mais as vítimas, os criminosos utilizavam sites de consulta, onde obtinham dados pessoais de parentes e vizinhos e, em seguida, telefonavam para eles e mandavam repassar recados ameaçadores às vítimas com a intenção de que o pavor provocado induzisse o pagamento das supostas dívidas.