Polícia interdita clínica de aborto na Grande São Paulo

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Publicado segunda-feira, 3 de novembro de 2003 as 11:23, por: CdB

A polícia descobriu uma clínica de abortos que funcionava numa casa no Jardim Monte Belo, em Itaquaquecetuba, município situado na Grande São Paulo. No local, foram encontrados receituários, atestados médicos, medicamentos e outros produtos do Hospital Santa Marcelina, que fica em Itaquera, na zona Leste da capital paulista. O caso aconteceu depois de uma negociação conduzida por uma policial e um agente que se fizeram passar por interessados na prática ilegal.

Segundo o Bom Dia SP, da TV Globo, nas conversas, a policial conta que arrumou o dinheiro – R$ 600 – para se submeter ao procedimento e que ela e o namorado, o agente disfarçado, iriam até à clínica. Sem saber que estavam sendo gravadas, duas mulheres se apresentam ao casal de policiais, uma delas recebe e conta o dinheiro. Em seguida, elas mostram o material que será empregado no procedimento, mas, neste momento, outros policiais entram na clínica.

As mulheres negaram que fariam um aborto, apesar das evidências. Em cima de uma cama, foram encontrados um manual de ética, os R$ 600 acertados com a policial, luvas cirúrgicas, ampolas, remédios para dor, seringas e sondas. Nas etiquetas de todos os produtos, havia o registro no Ministério da Saúde, o número do lote e o nome do Hospital Santa Marcelina. Dilma Dalva de Assis, de 39 anos, dona da residência, é auxiliar de enfermagem do hospital há 18 anos. Márcia Cardoso da Silva André, de 43 anos, trabalhou como auxiliar no mesmo hospital durante seis anos. As duas falaram que os materiais foram comprados. Além dos produtos do Santa Marcelina, foram localizados receituários e atestados médicos de outros hospitais da capital paulista.

No local, havia também tinta e carimbo com os nomes e os registro profissionais de médicos. As duas mulheres chegaram a ser levadas para a delegacia, mas foram libertadas por não terem sido pilhadas em flagrante delito. A direção do Hospital Santa Marcelina divulgou que ainda não recebeu nenhuma informação da polícia. Os médicos cujos carimbos e receituários foram encontrados dentro da clínica serão chamados para depor.