Policiais que mataram dentista em SP são desmentidos por exames

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004 as 03:23, por: CdB

Exames de laboratório contrariam a versão de cinco policiais militares para a morte do dentista Flávio Ferreira Sant´Ana, 28 anos, ocorrida no último final de semana em São Paulo. Segundo o Jornal Nacional da TV Globo, uma análise das mãos de Flávio, que ficou pronta na última terça-feira, não constatou vestígios de pólvora, desmontando a afirmação dos PMs de que trocou tiros com o grupo antes de ser baleado.

Um tenente, um cabo e três soldados são acusados de colocar um revólver na mão do dentista para forjar o tiroteio. Um dos policiais confessou, de acordo com a emissora, ter posto também uma carteira roubada no bolso do dentista, já morto, para incriminá-lo.

Os cinco policiais estão sendo mantidos no presídio especial da PM. De todos, apenas um nunca esteve envolvido em casos semelhantes. Os outros quatro atualmente respondem a quatro processos envolvendo mortes de suspeitos que teriam reagido à prisão. Outros quatro processos pelo mesmo motivo já foram arquivados. Dos oito casos, seis foram considerados execuções e denunciados à Ouvidoria da Polícia.

O pai de Flávio vítima, o policial reformado Jonas Sant´Ana, 50 anos, acusa a polícia de racismo no caso. Segundo ele, seu filho só foi morto por ser negro.