Policial que atirou em jovem negro nos EUA tinha ficha limpa

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Publicado sexta-feira, 15 de agosto de 2014 as 14:23, por: CdB
Jackson também disse que a polícia iria divulgar as gravações dos comunicados policiais, assim como um vídeo de uma outra loja de conveniência onde um assalto ocorreu no sábado anterior à norte de Brown
Jackson também disse que a polícia iria divulgar as gravações dos comunicados policiais, assim como um vídeo de uma outra loja de conveniência onde um assalto ocorreu no sábado anterior à norte de Brown

O chefe da polícia de Ferguson, no Estado norte-americano do Missouri, disse nesta sexta-feira que o policial que matou a tiros um adolescente negro, provocando dias sucessivos de protestos que tem se tornado violentos, chama-se Darren Wilson. O nome foi revelado pelo chefe de polícia Thomas Jackson em uma coletiva de imprensa organizada próxima a uma loja de conveniência da marca QuikTrip que ficou destruída em meio aos protestos provocados pela morte de Michael Brown, de 18 anos, no último sábado.

Jackson também disse que a polícia iria divulgar as gravações dos comunicados policiais, assim como um vídeo de uma outra loja de conveniência onde um assalto ocorreu no sábado anterior à norte de Brown.

Ele não esclareceu qual a ligação, ou se havia alguma, entre o caso de Brown e o assalto. Jackson disse que responderia aos questionamentos dos jornalistas em uma outra coletiva ainda nesta sexta-feira.

– Não posso discutir a investigação sobre uma tentativa de detenção de um suspeito em um roubo a mão armada – disse ele.

A polícia de Ferguson vinha mantendo o nome do policial que atirou em Brown sob sigilo, alegando preocupações de segurança. O policial é membro da polícia há seis anos com um bom histórico, disseram autoridades. Ele foi colocado em licença administrativa remunerada após o incidente.

Controle

A polícia do Estado de Missouri irá assumir o controle de segurança da cidade de Ferguson, nos Estados Unidos, depois de seguidas noites de violência, disse o governador. Nas últimas quatro noites, a polícia local entrou em confronto com manifestantes revoltados com o assassinato do adolescente negro Michael Brown por um policial.

Diante dos confrontos, o governador Jay Nixon anunciou que a polícia estadual iria intervir. O presidente Barack Obama pediu à polícia para não usar “força excessiva”.

Segundo o governo, as cenas dos distúrbios dos últimos dias se assemelhavam a uma “zona de guerra”.

– Nós teremos que recuperar a confiança – disse.

O capitão da polícia do Estado de Missouri Ron Johnson chefiará o policiamento, disse Nixon.

Tensão

A tensão em Ferguson foi provocada pela morte de Michael Brown, de 18 anos, na tarde de sábado, por um policial.

Os detalhes sobre o incidente foram contestados pela polícia, mas testemunhas disseram que o adolescente estava desarmado e com os braços erguidos quando foi baleado várias vezes por um policial.

A versão da polícia é diferente. A instituição disse que houve luta e que o policial sofreu ferimentos faciais.

Essa decisão provocou a ira da comunidade negra de Ferguson e destacou o desequilíbrio racial entre a população e a polícia. Os negros são 67% da população da cidade, enquanto 94% dos polícias são brancos.

Na quarta-feira à noite, a cidade viveu mais um dia de protestos violentos. A polícia local disparou gás lacrimogêneo contra os manifestantes, que ignoraram uma ordem para dispersar.

Várias pessoas foram presas, entre elas dois jornalistas que disseram terem sido agredidos antes de serem liberados.

Em entrevista, Obama disse que não havia “justificativa” para a polícia de usar força excessiva contra manifestantes pacíficos.

Obama também reconheceu a que a polícia enfrentou violência policial e atitudes criminosas desde a morte de Brown.

O presidente norte-ameriano prometeu uma investigação completa pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre a morte do adolescente, e o FBI abriu inquérito próprio.