Política externa para últimos anos do governo Lula será discutida

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Publicado quarta-feira, 5 de janeiro de 2005 as 23:33, por: CdB

A política externa para os dois últimos anos de mandato do presidente Luíz Inácio Lula da Silva será detalhada amanhã durante uma reunião do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, com 49 embaixadores que atualmente lideram postos do Brasil no exterior. Antes de iniciarem os debates, no Itamaraty, o chanceler e os embaixadores serão recebidos pelo presidente Lula às 10 horas, no Palácio do Planalto. O objetivo do encontro no Itamaraty será tratar de cada tema considerado essencial na estratégia para a inserção do País nos foros mundiais de decisão política e econômica, a expansão do comércio e o reforço do alinhamento do Brasil com as demais economias em desenvolvimento, além da assistência ao cidadão brasileiro no Exterior.

Para o encontro, não houve convocações. A participação foi aberta aos embaixadores que desfrutaram de recesso ou férias no final do ano e que estariam no Brasil nesta semana. Entretanto, a organização foi criteriosa. A reunião deverá ser aberta pelo chanceler e seguirá com as exposições de uma hora de duração de cada um dos subsecretários do Itamaraty – de Assuntos Políticos, de Assuntos Econômicos e de Tecnologia, de Assuntos de América do Sul, de Cooperação e Comunidades Brasileiras no Exterior e de Serviço Exterior. No final da tarde, o secretário-geral, Samuel Pinheiro Guimarães, dará sua mensagem no encerramento.

De acordo com a assessoria de imprensa do Itamaraty, este será o primeiro encontro de um chanceler com tantos chefes de missão do Brasil no exterior. Mas, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, os ministros costumavam convocar pequenos grupos de experientes embaixadores para discutir os rumos da política externa.

Desta feita, o caráter não convocatório da reunião foi responsável pelas ausências de nomes de peso na estrutura do Itamaraty, como Roberto Abdenour, embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Ronaldo Sardenberg, chefe da missão brasileira na Organização das Nações Unidas (ONU), e Luiz Felipe de Seixas Correa, chefe da missão na Organização Mundial do Comércio (OMC) e candidato à direção-geral da mesma instituição .

Dois dos três embaixadores políticos do governo Lula – Itamar Franco, na Itália, e Antônio Paes de Andrade, em Portugal – tampouco constavam da lista de presentes. Desse grupo, estará na reunião apenas o petista Tilden Santiago, embaixador em Cuba. Outro ausente será o embaixador do Brasil no Reino Unido, José Maurício Bustani – diplomata que criticou publicamente o governo FHC por considerar que não o havia defendido durante seu processo de expulsão da secretaria-geral da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) e que caiu nas graças do governo Lula.

O encontro contará com a presença, principalmente, de diplomatas em postos-chave na Europa e na América do Sul. Entre eles, os embaixadores Sérgio Amaral (França), José Artur Denot Medeiros (Alemanha), José Alfredo Graça Lima (União Européia), Mauro Vieira (Argentina), Eduardo Santos (Uruguai), Antonino Mena Gonçalves (Bolívia) e Bernardo Pericás (Associação Latino-Americana de Integração). Também estarão presentes dois dos mais experientes embaixadores brasileiros: Ivan Canabrava (Japão) e Frederico Araújo (Austrália).