O prefeito de Unaí, José Braz Silva, que está sendo processado pela Justiça do Trabalho no Pará, sob acusação de manter trabalhadores em regime de semi-escravidão na fazenda Boa Esperança, no distrito de Canaã de Carajás, em Parauapebas, no sul de Minas Gerais, está com todos os bens bloqueados.
Além disso, também teve o sigilo bancário e fiscal quebrados, informou na última quinta-feira o titular da 7ª Vara do Trabalho em Belém, juiz Jorge Antônio Ramos Vieira, que expediu a liminar durante sua atuação na Vara do Trabalho de Paraupebas.
O julgamento do processo 01675.2003.117.08.00 deverá acontecer até o final deste mês. Se condenado, o prefeito estará sujeito à uma multa de R$ 280 mil.
Em Parauapebas, onde vários produtores rurais da região Noroeste de Minas têm propriedades, o juiz Jorge Antônio Ramos Vieira, que atuou na Vara do Trabalho, foi alvo de pelo menos 20 ameaças de morte após comandar incursões em fazendas para libertar trabalhadores e obrigar proprietários a pagar direitos trabalhistas.
O processo contra José Braz da Silva se fundamenta nas denúncias do trabalhador rural José Antônio Amorim, que trabalhou na fazenda do prefeito desde 1996. Em 2000, denunciou maus-tratos à Comissão Pastoral da Terra, em Marabá.
Durante a inspeção, sob escolta de agentes federais, os fiscais da Delegacia Regional do Trabalho do Pará não encontraram os trabalhadores, mas um caderno de anotações foi achado, com indicativos que os empregados compravam de comida a equipamentos para o trabalho, como botas. Também foi comprovada a ação dos ‘gatos’ – intermediários que contratam os ‘bóias-frias’.
Brás se declarou ‘estarrecido’ ao saber que a PF estaria investigando a hipótese de sua responsabilidade na chacina.
Prefeito de Unaí, Minas Gerais, tem bens bloqueados
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Publicado sexta-feira, 6 de fevereiro de 2004 as 02:44, por: CdB