O Amazonas é um dos Estados mais afetados pela pandemia no Brasil e tem, segundo dados do Ministério da Saúde, 22.132 casos confirmados de covid-19 com 1.491 mortes.
Por Redação, com Reuters – de São Paulo
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), afirmou em vídeo divulgado por sua assessoria na terça-feira que teme um genocídio de indígenas por causa da pandemia de covid-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus, e afirmou que um crime contra a humanidade está acontecendo em sua região.

No vídeo, Virgílio cobra uma liderança do governo federal e do presidente Jair Bolsonaro na proteção aos indígenas diante do coronavírus e criticou o presidente por defender medidas como a legalização de garimpos em terras indígenas.
– Eu temo um genocídio e quero denunciar essa coisa ao mundo inteiro. Nós temos aqui um governo que não liga para a vida dos índios. Temos aqui um governo que não dá bola, que não liga, que não está preocupado com a vida dos índios. Nós temos aqui um governo que não valoriza essa cultura, que pensa em outras coisas, pensa no autoritarismo, pensa em outras coisas, mas não pensa nos índios – afirmou.
Covid-19 em Manaus
– É um crime contra a humanidade isso que está sendo praticado aqui no meu Estado, aqui na minha região – acrescentou o prefeito, que disse que já houve casos de índios que morreram por covid-19 em Manaus e que no interior do Estado do Amazonas, que ele disse estar “largado”, a situação é ainda pior.
O Amazonas é um dos Estados mais afetados pela pandemia no Brasil e tem, segundo dados do Ministério da Saúde, 22.132 casos confirmados de covid-19 com 1.491 mortes. Nacionalmente, existem 271.628 casos confirmados da doença, com 17.971 mortes. Somente entre a segunda e a terça-feiras 1.179 óbitos causados pelo coronavírus foram registrados no país.
Povos indígenas
Segundo dados atualizados pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) na sexta-feira, o covid-19 já matou 103 índios no país e contaminou 610 indígenas de 44 etnias.
Procurados, o Palácio do Planalto e o governo do Estado do Amazonas não responderam imediatamente a pedidos de comentários.