Escândalo das joias de Bolsonaro leva PF a diligências nos EUA

Arquivado em:
Publicado Quinta, 25 de Abril de 2024 às 19:12, por: CdB

A PF trabalha em cooperação com o Federal Bureau of Investigation (FBI, a polícia nacional norte-americana), e os policiais já conseguiram obter documentos, como as movimentações financeiras dos investigados. A atual fase do inquérito visa encerrar as investigações com diligências presenciais em cidades como Miami (FL), Wilson Grove (PA) e Nova Iorque (NY).


Por Redação - de Brasília

Viajaram aos EUA, nesta quinta-feira, um agente e um delegado da Polícia Federal (PF), com a missão de realizar diligências no inquérito sobre a venda de presentes recebidos por Jair Bolsonaro (PL), em viagens oficiais. Os investigadores buscarão colher uma série de depoimentos de comerciantes de lojas onde suspeitam que foram negociadas joias por aliados do ex-presidente, entre eles o ex-ajudante de ordens da Presidência da República, tenente-coronel Mauro Cid.

bolsonaro.jpg
Bolsonaro e Mauro Cid embarcam para os EUA, onde venderam joias do Erário brasileiro


A PF trabalha em cooperação com o Federal Bureau of Investigation (FBI, a polícia nacional norte-americana), e os policiais já conseguiram obter documentos, como as movimentações financeiras dos investigados. A atual fase do inquérito visa encerrar as investigações com diligências presenciais em cidades como Miami (FL), Wilson Grove (PA) e Nova Iorque (NY).

A PF apurou, até agora, que auxiliares de Bolsonaro venderam ou tentaram comercializar ao menos quatro itens, sendo dois entregues pela Arábia Saudita e dois pelo Bahrein. Todos de elevado valor, trabalhados com diamantes e ouro. No inquérito, os agentes apontaram a existência de uma organização criminosa no entorno do ex-mandatário neofascista, que atuou para desviar joias, relógios, esculturas e outros itens de luxo recebidos por ele como representante do Estado brasileiro.

 

Depósito


Entre os presentes negociados, estão relógios das marcas Rolex e Patek Phillipe, para a empresa Precision Watches, no valor total de US$ 68 mil, o que corresponde na cotação da época a R$ 346.983,60. Mauro Cid, segundo confissão obtida em uma delação premiada perante a Justiça, esteve pessoalmente em uma loja em Willow Grove para vender uma joia. Uma foto do comprovante de depósito foi armazenada no celular do oficial.

Bolsonaro, em depoimento determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) optou por se manter em silêncio. O ex-presidente permanece proibido de deixar o país, uma vez que seus passaportes foram confiscados após uma possível tentativa de fuga.

Nesse sentido, seus advogados preparam um novo requerimento para o ministro do STF Alexandre de Moraes, buscando a liberação dos documentos. A nova solicitação surge após Moraes não identificar qualquer crime por parte de Bolsonaro durante sua recente permanência na embaixada da Hungria, em Brasília.

 

Argumento


No novo pedido, a defesa argumentará que se tratava de uma missão diplomática e que houve um convite oficial do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para uma visita ao país. Em 28 de março deste ano, Moraes negou a devolução do passaporte a Bolsonaro, justificando: “as diligências estão em curso, razão pela qual é absolutamente prematuro remover a restrição imposta ao investigado, conforme, anteriormente, por mim decidido em situações absolutamente análogas”.

Na ocasião, a Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou no sentido de manter o passaporte apreendido: “a medida em questão se prende justamente a prevenir que o sujeito à providência saia do país, ante o perigo para o desenvolvimento das investigações criminais e eventual aplicação da lei penal. Os pressupostos da medida continuam justificados no caso”.

Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo