Prefeito tucano chama exército para dia do julgamento de Lula no TRF-IV

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Publicado Quinta, 04 de Janeiro de 2018 às 11:23, por: CdB

O prefeito tucano de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, pediu reforço na segurança da capital, para o julgamento de Lula.

 

Por Redação, com Reuters - de Porto Alegre

 

Prefeito de Porto Alegre, o tucano Nelson Marchezan Júnior pediu ao governo federal tropas do Exército e da Força Nacional de Segurança para reforçar a segurança da capital gaúcha; durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A sessão ocorrerá no Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-IV), no dia 24 deste mês.

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Lula será julgado em Porto Alegre. O prefeito tucano pediu apoio do exército contra manifestações

Em ofício endereçado ao presidente Michel Temer, Marchezan Júnior cita uma “ameaça de ocupação de espaços públicos”; “a menção à desobediência civil” por parte de políticos; o “iminente perigo à ordem pública e à integridade dos cidadãos” como razões para o pedido.

— Estamos manifestando nossa preocupação com o patrimônio coletivo e com a integridade física dos cidadãos e de Porto Alegre. Foi uma forma administrativa e política de mostrar nosso apoio e nosso pedido de ajuda para legitimar todas as ações do governo federal e do Estado para nos apoiarem — disse o prefeito à agência inglesa de notícias Reuters.

Segurança

De acordo com o Palácio do Planalto, o ofício chegou esta manhã à Presidência e será encaminhado aos ministérios responsáveis — Defesa e Justiça — para que o pedido seja analisado. Consultado pela agência, o Ministério da Justiça informou que prefeitos não têm prerrogativa de pedir o uso da Força Nacional. De acordo com a lei, os pedidos devem ser feitos pelos governadores ou; em casos excepcionais, como para proteger uma obra de infraestrutura, por ministros.

Além disso, a Força Nacional já está no Rio Grande do Sul, auxiliando em ações de segurança no Estado, dentro do Plano Nacional de Segurança. Marchezan Júnior disse que enviou o mesmo ofício endereçado a Temer ao secretário de Segurança do Rio Grande do Sul, Cézar Schirmer; e ao governador do Estado, José Ivo Sartori (PMDB). Segundo o prefeito, o pedido representa um “registro da nossa preocupação e do nosso apoio a qualquer estrutura pública para cumprimento da ordem”.

Condenado

A avaliação do secretário Schirmer é de que não há necessidade de apoio da Força Nacional, e muito menos do Exército, por conta do julgamento de Lula.

— Claro que eu compreendo a preocupação do prefeito, mas a questão está sendo tratada adequadamente. Mas estamos atentos, preocupados. Queremos preservar a liberdade de manifestação, dentro da lei e da ordem. Não queremos que se instale clima de guerra e hostilidade, isso não constrói nada — disse o secretário.

O ex-presidente Lula será julgado em segunda instância em Porto Alegre, após ter sido condenado a 9 anos e 6 meses de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro, do Paraná; em julho do ano passado, no caso envolvendo um tríplex no Guarujá.

Vigília

Como fizeram em Curitiba, movimentos sociais e partidos de esquerda organizam protestos para o dia do julgamento. E prometem levar vários ônibus de manifestantes para Porto Alegre.

A Justiça local proibiu o MST e demais manifestantes de acamparem no Parque da Harmonia, que fica em frente ao prédio do TRF-4; mas autorizou uma vigília. Os manifestantes procuram outros locais de acampamento.

Em Curitiba, os grupos sociais também fizeram acampamentos e vigílias; mas não foram chamados nem o Exército nem a Força Nacional. A segurança foi reforçada com homens da própria Polícia Militar paranaense.

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