A Revolução de 1949 levou os comunistas liderados por Mao Tsétung ao poder na China. Os derrotados refugiaram-se na ilha de Taiwan autodeclarando a província como “República da China”. A República da China foi um dos 51 países fundadores da Organização das Nações Unidas (ONU) e um dos membros do Conselho de Segurança.
Por Elias Jabbour – de Brasília
O ano de 2021 marca o cinquentenário de um dos acontecimentos geopolíticos mais importantes do século XX. A Resolução 2758 da Assembleia Geral das Nações Unidas foi aprovada em 25 de outubro de 1971, reconhecendo a República Popular da China como “o único representante legítimo da China nas Nações Unidas” e retirou “os representantes de Chiang Kai-shek” da Organização das Nações Unidas. Não tratou somente de uma questão burocrática onde uma representação foi trocada por outra. Existe uma história a ser contada.Ação da China na ONU
São palavras fortes vindas daquele que foi reconhecidamente um dos maiores estadistas do século XX. A forma de ação da China na ONU é marcada por coerência e defesa de valores muito caros não somente ao país, mas aos povos do mundo em geral. Nunca foi tão importante o lema histórico da diplomacia chinesa da “paz e desenvolvimento”. Em um mundo onde a tendência à violência imperialista tende a aumentar, nunca foi tão necessária a presença de um grande país como a China para servir de contraponto à irracionalidade e a agressividade do imperialismo norte-americano. Os desafios colocados à humanidade não são coerentes com posturas e atitudes hegemonistas, arrogantes e mesmo racistas. Sim, o imperialismo norte-americano é uma potência não somente agressiva, mas que também tem no racismo uma de suas manifestações mais reacionárias. Sábias foram as palavras do líder chinês Xi Jinping. Ao contrário do líder imperialista Joe Biden que reiteradamente deixou claro em seu discurso o papel de liderança que os Estados Unidos devem exercer no mundo, Xi Jinping demarcou, dizendo: “Os recentes desenvolvimentos da situação internacional mostram, mais uma vez, que a intervenção militar externa e a chamada transformação democrática só acarretam danos. Precisamos defender a paz, o desenvolvimento, a equidade, a justiça, a democracia e a liberdade, que são os valores comuns da humanidade. E rejeite a prática de formar pequenos círculos ou jogos de soma zero” (2). Nunca na história a presença chinesa na ONU e no mundo foi tão necessária. A humanidade vencerá! Artigo produzido em colaboração com o Grupo de Mídia da China.Notas:
(1) Speech By Chairman of the Delegation of the People’s Republic of China, Deng Xiaoping, At the Special Session of the U.N. General Assembly. Disponível em: https://www.marxists.org/reference/archive/deng-xiaoping/1974/04/10.htm (2) Chinese President Xi Jinping UN General Assembly 2021 Speech Transcript. Disponível em: https://www.rev.com/blog/transcripts/chinese-president-xi-jinping-un-general-assembly-2021-speech-transcriptElias Jabbour, é professor dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Econômicas (PPGCE) e em Relações Internacionais (PPGRI) da UERJ. Membro do Comitê Central do PCdoB.
As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil