A comunidade islâmica argentina pediu no último domingo ao presidente, Néstor Kirchner, que nos documentos oficiais não se vincule mais com o islamismo as palavras fundamentalismo e terrorismo. Os islâmicos também pediram tratamento igualitário perante as demais coletividades religiosas.
Kirchner recebeu na última segunda-feira o pedido de parte do presidente do Centro Islâmico da República Argentina, Adel Made, que depois de entregar ao chefe do Estado um documento, deu uma entrevista coletiva para difundir seu pedido.
– Queremos que haja um pé de igualdade ante a lei, que todos sejamos iguais ante a lei – ressaltou Made.
No texto do documento, o Centro Islâmico da República Argentina requisitou que se deixe de associar o islamismo às palavras terrorismo e fundamentalismo.
– O terrorismo não é domínio de nenhum credo e, por ser sua natureza contrária aos preceitos de Deus, está rejeitado nas três crenças monoteístas. Os delitos são cometidos por seres humanos independentemente de suas crenças – sustentou.
Made também se queixou pelas várias citações de islâmicos por parte do juiz Juan José Galeano, que investiga um atentado que em 18 de julho de 1994 destruiu a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que causou 85 mortos e mais de 200 feridos e que foi atribuído a grupos fundamentalistas islâmicos.
– É doloroso ver como são citados anciãos de nosso povo a declarar durante várias horas e escutar serem perguntados que religião professam ou onde cumprem suas rezas – acrescentou o líder da comunidade islâmica.
Presidente da Argentina é criticado por comunidade islâmica
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Publicado terça-feira, 2 de setembro de 2003 as 01:35, por: CdB