Em um depoimento polêmico nesta terça-feira, no Senado Federal, o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Jorge Mattoso, afirmou que o banco “é refém” da multinacional Gtech e que ele não pode ser responsabilizado pelas ações do ex-assessor do Planalto Waldomiro Diniz na época em que era funcionário da Casa Civil.
-A Caixa não é apenas refém, mas está aprisionada (pela Gtech) – afirmou Mattoso em audiência pública no Senado.
Mattoso foi convidado por senadores a prestar esclarecimentos sobre o contrato firmado entre a CEF e a multinacional Gtech para o funcionamento de loterias no país. Em inquérito da Polícia Federal, diretores da Gtech declararam que Waldomiro Diniz, exonerado mês passado, intermediou a renovação do contrato entre CEF e Gtech em 2003.
As ações de Waldomiro na renovação do contrato da Gtech com a Caixa passaram a ser investigadas depois da divulgação de fita de vídeo na qual o ex-assessor do Planalto pede a um empresário do jogo dinheiro para si e recursos para candidatos a governos estaduais em 2002.
De acordo com o presidente da CEF, o banco conseguiu que a Gtech renunciasse no ano passado a ações na Justiça, que impediam que a Caixa ampliasse o sistema de serviço bancário em estabelecimentos comerciais.