Presidente do Irã diz que não vai negociar com Estados Unidos

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Publicado Terça, 27 de Agosto de 2019 às 06:51, por: CdB

O governo não tem intenção de dialogar com os Estados Unidos a menos que todas as sanções impostas a Teerã sejam suspensas.

Por Redação, com Reuters e DW - de Dubai/Paris

O governo do Irã não tem intenção de dialogar com os Estados Unidos a menos que todas as sanções impostas a Teerã sejam suspensas, disse o presidente iraniano, Hassan Rouhani, nesta terça-feira, um dia após o presidente dis EUA, Donald Trump, dizer que encontraria o chefe de Estado iraniano para por fim ao impasse nuclear.
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Presidente do Irã, Hassan Rouhani, durante reunião em Kerbala
– Teerã nunca quis armas nucleares – afirmou Rouhani em um discurso televisionado na TV estatal, acrescentando que o país sempre esteve pronto para dialogar. – Mas primeiro os EUA devem agir, suspendendo todas as sanções ilegais, incorretas e injustas impostas ao Irã – disse. – Continuaremos a reduzir nossos compromissos sob o acordo de 2015 se nossos interesses não forem garantidos. Desde que os EUA adotaram as novas sanções, o Irã deixou de respeitar as restrições ao enriquecimento de urânio iraniano previstas no tratado. O movimento do mandatário iraniano, expresso em um discurso televisionado citado pelas agências de notícias internacionais, ocorreu um dia depois de Trump se mostrar aberto à ideia de se reunir com Rohani para renegociar o acordo nuclear e pôr fim à escalada da tensão entre Washington e Teerã, conforme propôs o presidente francês, Emmanuel Macron, durante a cúpula do G7 em Biarritz.

Diálogo

Embora tenha anunciado que não haveria uma declaração final conjunta, o presidente francês chegou ao final com um documento, mesmo que de apenas uma página. Nele estão um compromisso para a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC), o consenso de que o Irã não deve ter armas nucleares e de que a paz e a estabilidade são uma meta para a região. Além disso, o texto propõe uma cúpula sobre a Ucrânia e uma conferência sobre a Líbia. E, quanto aos protestos em Hong Kong, a declaração lembra do acordo anglo-chinês de 1984. Mas ainda no domingo, parecia que a cúpula do G7 iria naufragar num mar de má vontade, desunião e comunicação equivocada. No entanto, no dia do encerramento, o presidente dos EUA mudou a coisa de rumo, após espalhar incerteza por dois dias sobre a guerra comercial com a China e sobre sua posição a respeito do Irã. Donald Trump acenou com boa vontade em direção a Pequim e pelo menos aturou a iniciativa do presidente francês para tentar resolver a crise com Teerã.
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