Presidente repete agressão e considera crimes contra Humanidade ‘uma balela’

Arquivado em:
Publicado Terça, 30 de Julho de 2019 às 13:56, por: CdB

De acordo com a Comissão Nacional da Verdade, Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira, pai do presidente da OAB, foi visto pela última vez em fevereiro de 1974, quando foi preso no Rio de Janeiro por agentes do DOI-Codi. De acordo com a Comissão Nacional da Verdade, Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira, pai do presidente da OAB, foi visto pela última vez em fevereiro de 1974.

 
Por Redação - de Brasília
  O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a questionar, nesta terça-feira, as descobertas da Comissão Nacional da Verdade (CNV). As investigações procedidas desvendaram crimes contra a Humanidade, na ação do regime militar no Brasil. Para Bolsonaro, no entanto, trata-se de “uma balela” a discussão sobre documentos que registram assassinatos cometidos por agentes do regime.
fernando-santa-cruz1.jpg
Fernando Santa Cruz, pai do presidente da OAB, Felipe, foi assassinado nos porões do DOI-Codi, segundo apurou a Comissão da Verdade
— A questão de 64 não existem documentos se matou ou não matou, isso aí é balela, está certo? — disse Bolsonaro a repórteres quando saía do Palácio da Alvorada, ao ser questionado sobre declaração dada na véspera a respeito do pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, que foi apontado pela CNV como desaparecido durante o regime militar após ser preso pelas forças do Estado. De acordo com a Comissão Nacional da Verdade, Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira, pai do presidente da OAB, foi visto pela última vez em fevereiro de 1974, quando foi preso no Rio de Janeiro por agentes do DOI-Codi. — Comissão da Verdade? Você acredita em Comissão da Verdade? — afirmou Bolsonaro.

‘Sentimento’

Questionado sobre os documentos da CNV que apontam o desaparecimento do pai do presidente da OAB, o presidente elevou o tom, mais uma vez. — Você quer documento para isso, meu Deus do céu? Documento é quando você casa, quando você se divorcia. Eles têm documento dizendo o contrário? — acrescentou. Diante da iniciativa do presidente da OAB, de buscar o Supremo Tribunal Federal (STF) para que o presidente da República esclareça as afirmações sobre o desaparecimento de seu pai, Bolsonaro deu de ombros e afirmou que não vê problema no fato de a OAB ingressar no Supremo. Ele reiterou que fez a afirmação com base em seu “sentimento”, e que “não tem nada escrito” a respeito.

Repressão

O presidente afirmou na véspera que a informação que teve à época do desaparecimento do pai do presidente da OAB foi de que Fernando Santa Cruz foi assassinado por outros integrantes da Ação Popular. Bolsonaro tinha 18 anos quando o pai do presidente da OAB desapareceu em fevereiro de 1974. A CNV foi instalada em maio de 2012 e em 2014 entregou três volumes do relatório sobre os crimes da ditadura. O acervo da comissão reúne milhares de documentos, testemunhos de vítimas e familiares, depoimentos de agentes da repressão política, 47 mil fotografias, vídeos de audiências públicas, diligências e depoimentos, laudos periciais, livros, entre outros.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo