Por pressão do Planalto, Orçamento de 2022 terá reajuste aos policiais

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Publicado Terça, 21 de Dezembro de 2021 às 12:51, por: CdB

Divergências sobre os números apresentados pelo relator-geral provocaram o adiamento da reunião, que ocorreria na véspera. Uma vez votado na CMO, o texto será levado ao Plenário do Congresso em sessões separadas, na Câmara e no Senado. Em seguida, segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Por Redação - de Brasília
Relator-geral do Orçamento, o deputado Hugo Leal (PSD-RJ) recuou de sua decisão de não prever reajustes salariais a servidores e decidiu incluir R$ 1,7 bilhão para aumento a policiais federais em 2022, em pleno ano eleitoral. Após acordo com parlamentares, Leal reduziu o fundo de financiamento de campanhas eleitorais de R$ 5,1 bilhões previstos no parecer anterior para R$ 4,7 bilhões.
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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está entre as categorias que receberá o reajuste salarial
Os recursos agora serão remanejados para o Ministério da Educação (MEC), mas o volume de emendas de relator, usadas como moeda de troca política, foi mantido em R$ 16,5 bilhões. A votação do parecer estava prevista para esta terça-feira na Comissão Mista de Orçamento (CMO). Divergências sobre os números apresentados pelo relator-geral provocaram o adiamento da reunião, que ocorreria na véspera. Uma vez votado na CMO, o texto será levado ao Plenário do Congresso em sessões separadas, na Câmara e no Senado. Em seguida, segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Discussões

Na última hora, o reajuste para os policiais foi inserido no Orçamento apesar das críticas do ministro Paulo Guedes (Economia) — que está de férias desde a última segunda-feira por mais 15 dias. O entendimento é de que o Ministério da Economia cumpriu seu dever ao entregar o Orçamento e que agora as escolhas devem ser feitas pela classe política, inclusive encarando o ônus de serem retirados recursos de determinadas áreas para alocar em outras. Guedes, antes das férias, disse que tentou argumentar no governo contra a ideia do reajuste por receios de pressão de outras categorias, mas acabou cedendo e assinando ofício ao Congresso que pedia a reserva dos recursos em 2022. Ainda assim, ele sublinhou que uma elevação do salário para parte das categorias é uma desonra com os contemporâneos e que aumentos generalizados seriam uma desonra com as futuras gerações. O reajuste apenas para policiais deve gerar insatisfação de outras categorias. Fábio Faiad, presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), por exemplo, disse a jornalistas nesta manhã que a medida representa uma assimetria injusta porque os salários iniciais de policial federal seriam maiores que os valores de final de carreira dos servidores do BC. — Isso poderia provocar não só uma animosidade dentro do funcionalismo como também uma saída generalizada de servidores do BC quando da abertura dos concursos para policiais federais — resumiu Faiad.
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