Procurador promete contar todos detalhes podres em delação da JBS

Arquivado em:
Publicado Sábado, 23 de Setembro de 2017 às 13:58, por: CdB

Ângelo Villela, procurador preso após delação da JBS, disse que Janot tinha método para extrair confissões.

 

Por Redação - de São Paulo

 

Embora a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que visa investigar as delações de Joesley e Wesley Batistas, irmãos e donos do Grupo JBS, tenha como relator um dos principais aliados do presidente de facto, Michel Temer, na Câmara, o deputado Carlos Marum (PMDB-RS), o primeiro depoimento promete novidades. O procurador Ângelo Villela, assim que começar a falar aos parlamentares, promete revelar os métodos do Ministério Público para obter as principais delações dos suspeitos, na Operação Lava Jato.

Modus operandi

Janot-ABr.jpgProcurador Rodrigo Janot, antes de deixar a PGR, teria inaugurado método para obter confissões da JBS

Goulart Villela foi preso após os primeiros depoimentos de Joesley Batista. Desta vez, ele estaria disposto a revelar o conteúdo secreto das delações, durante o mandato do ex-procurador-Geral da República. Rodrigo Janot deixou o cargo no último domingo. O procurador, em conversas com interlocutores que a vazaram para a mídia conservadora, disse que pretende “expor os métodos, segundo o procurador afastado, de pressão da equipe de Janot para obter relatos contra alvos específicos”.

Segundo Villela, há meses paira a suspeita de que haveria um modus operandi da equipe de Janot para extrair as confissões dos réus.

— Há uma interpretação por setores do Ministério Público Federal que estão em Curitiba e em Brasília que, para se extrair de um delator aquilo que se quer ouvir, vale tudo — afirmou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), integrante da CPI.

Marum e a JBS

Um dos objetivos da CPI é o de apurar as condições em que foi firmado o acordo de delação premiada entre os empresários da companhia e o MPF. A delação resultou nas denúncias que envolveram o nome de Temer. Ele aparece no esquema de pagamento de propina e troca de favores entre os empresários e o governo.

O relator, Marun, é um dos principais aliados do governo. Em sua campanha, recebeu recursos de outros candidatos que foram financiados pela JBS. O deputado negou que se sinta impedido para ser relator. Ele diz que pautará o trabalho da comissão pela “busca da verdade”.

— Eu me sentiria impedido se eu tivesse relação estreita com a JBS, coisa que eu não tenho. Então, me sinto completamente à vontade e tranquilo para o exercício dessa relatoria. Tenho uma relação estreita com o governo. Mas eu vou atuar em cima da verdade — concluiu.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo