Produção de energia cai, enquanto BC libera normas para enfrentar crise hídrica

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Publicado Quarta, 15 de Setembro de 2021 às 12:43, por: CdB

 

No mês, as usinas hidrelétricas brasileiras produziram 34.489 megawatts-médios (MWmed), menor nível desde fevereiro de 2002, quando o Brasil registrou 33.775 MWmed, segundo levantamento feito pelo G1. Fevereiro de 2002 foi o último mês do racionamento de energia iniciado em 2001. 

Por Redação - de Brasília A produção de energia pelas usinas hidrelétricas brasileiras atingiu, em julho de 2021, o menor nível desde fevereiro de 2002, apontam dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A crise energética do governo Bolsonaro é a mais grave do país em 91 anos.
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A produção de energia pelas usinas hidrelétricas brasileiras atingiu, em julho de 2021, o menor nível desde fevereiro de 2002
No mês, as usinas hidrelétricas brasileiras produziram 34.489 megawatts-médios (MWmed), menor nível desde fevereiro de 2002, quando o Brasil registrou 33.775 MWmed, segundo levantamento feito pelo G1. Fevereiro de 2002 foi o último mês do racionamento de energia iniciado em 2001. Para suprir a demanda, o governo federal acionou as usinas termelétricas. Em julho de 2021, as termelétricas registraram produção recorde de energia, com 18.625 megawatts-médios (MWmed). O recorde anterior era de 17.711 MWmed, registrado em outubro de 2017.

Relatório

Ainda nesta quarta-feira, o Banco Central (BC) publicou um conjunto de normas que tratam da gestão de riscos sociais, ambientais e climáticas no âmbito do sistema financeiro. A autarquia divulgou ainda o primeiro Relatório de Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e Climáticas, que apresenta as ações do BC na dimensão sustentabilidade da Agenda BC#, que reúne as estratégias do banco na promoção da estabilidade financeira do país. De acordo com o presidente do BC, economista Roberto Campo Neto, há uma relação clara desses riscos sociais, ambientais e climáticas com os riscos tradicionais das instituições financeiras, como de crédito, operacional e os próprios do mercado, capazes de afetar a política monetária e o equilíbrio do sistema financeiro. — Choques ambientais e climáticos podem afetar a taxa de inflação. Esses choques são difíceis de prever, afetam a oferta e, assim, são mais difíceis para a política monetária — afirmou Campos Neto.

Sistema

O economista citou choques climáticos recentes como, por exemplo, as ondas de calor na América do Sul, geadas no Sul do país e a atual crise hídrica que afetam o preço dos alimentos e da energia e trazem impactos negativos sobre a inflação. “No longo prazo, esses choques podem ter efeitos duradouros, afetam a produtividade e o crescimento econômico de longo prazo e, portanto, a taxa de juros neutra (aquela adequada para estimular a economia sem gerar instabilidade na inflação)”, explicou. Nesse sentido, segundo Campo Neto, os bancos centrais em todo o mundo precisam avaliar as vulnerabilidades do sistema financeiro em relação a esses riscos que podem provocar mudanças nas avaliações de ativos e perdas para o sistema. Segundo ele, especialmente na última década, o BC tem implementado medidas relacionadas ao assunto, como agora, com essas entregas da dimensão de sustentabilidade de sua agenda de trabalho. O pilar de sustentabilidade da Agenda BC# foi lançado em setembro do ano passado e tem diversos tipos de ações internas, políticas, regulatórias e de supervisão e de parcerias.

Novas normas

Os novos normativos publicados são o resultado das consultas públicas nº 82, nº 85 e nº 86, realizadas pelo BC, e tem o objetivo de trazer maior compreensão desses riscos por parte das instituições financeiras e demais atores do sistema, reduzir as assimetrias de informação e favorecer o desenvolvimento do crédito e das finanças sustentáveis. Eles tratam do fortalecimento das regras de gerenciamento desses riscos, com a exigência da elaboração de uma Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC) pelas instituições do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Além disso, os normativos padronizam a divulgação, por essas instituições, de informações sobre riscos e oportunidades sociais, ambientais e climáticas, aumentando a transparência. Também integra o conjunto de normas, uma resolução do BC que trata de impedimentos legais e infralegais existentes relacionados a questões sociais, ambientais e climáticas na contratação de crédito rural. Esses impedimentos já são verificados pelas instituições financeiras e, agora, o BC colocará uma segunda linha de defesa, em que um sistema próprio vai reconhecer esse risco Já estão automatizados, por exemplo, a exigência de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e as informações sobre utilização de trabalho em condições análogas à de escravo. Até o próximo Plano Safra, o BC quer incluir no sistema os impedimentos de sobreposições de cultivo em unidades de conservação, terras indígenas e quilombolas e em áreas embargadas da Amazônia.
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