Milhares de manifestantes anti-Síria desafiaram uma proibição do governo e fizeram um protesto no centro de Beirute nesta segunda-feira, quando o Parlamento deu início a um debate sobre o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik al-Hariri.
Bancos, escolas e lojas ficaram fechados depois de um pedido da oposição por uma greve geral, destinada a coincidir com o debate sobre a morte de Hariri na explosão de um carro-bomba em 14 de fevereiro.
Centenas de milhares de soldados libaneses armados vigiavam o centro de Beirute, que estava vazio. Barricadas de metal e arame farpado isolaram o local do protesto e os arredores do Parlamento. Postos de controle em estradas para Beirute impediram a entrada de carros e ônibus com pessoas que se dirigiam à capital para participar do protesto.
Mas os soldados não agiram contra os manifestantes, que se reuniram durante a noite para um protesto na Praça dos Mártires, perto do local da sepultura de Hariri. Eles deixaram pequenos grupos aderirem ao protesto, apesar da proibição oficial. A multidão, no entanto, era menor do que as dezenas de milhares que marcharam nas últimas duas semanas.
Os manifestantes exigiram a renúncia do governo e gritaram “Fora Síria” e “Liberdade, soberania, independência”. A Síria tem um papel dominante no Líbano e mantém 14 mil soldados no país. A pressão vem crescendo dentro e fora do Líbano para uma retirada militar.
Ativistas da oposição instalaram enormes telas de televisão para os manifestantes assistirem à sessão do Parlamento ao vivo, enquanto alto-falantes transmitiam cantos patrióticos. O ministro do Interior, Suleiman Franjieh, disse neste domingo para as forças de segurança “tomarem todas as medidas necessárias a fim de preservar a segurança e a ordem e impedir manifestações e reuniões” nesta segunda-feira. O Parlamento abriu a sessão sobre a morte de Hariri com um minuto de silêncio, seguido pelo hino nacional.