Provável vencedor, Lula não é ameaça à economia, garante Eurasia Group

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Publicado Terça, 04 de Janeiro de 2022 às 14:43, por: CdB

Segundo a empresa comandada pelo gestor Ian Bremmer, uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não representa risco algum para a economia e para os chamados "mercados". Ele também destaca que a escolha do ex-governador Geraldo Alckmin como vice é um claro sinal de moderação, indicando que não haveria rupturas.

11h39 - de São Paulo
Em relatório divulgado nesta terça-feira, a consultoria internacional Eurasia Group, que divulgou dados sobre os grandes riscos globais previstos para 2022, dedicou um capítulo ao Brasil. Os economistas desfazem, assim, os mitos que circulam sobre um possível risco-Lula aos investidores.
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Diretor-presidente do Eurasia Group, Ian Bremmer assina o relatório sobre o Brasil
Segundo a empresa comandada pelo gestor Ian Bremmer, uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não representa risco algum para a economia e para os chamados "mercados". Ele também destaca que a escolha do ex-governador Geraldo Alckmin como vice é um claro sinal de moderação, indicando que não haveria rupturas. O documento também afirma que a democracia brasileira estaria consolidada e que, embora Jair Bolsonaro (PL) possa tentar tumultuar o processo eleitoral, os militares não embarcariam com ele em uma aventura autoritária. A visão dos consultores internacionais contrasta com a de jornalistas brasileiros, a exemplo da colunista Miriam Leitão, do diário conservador carioca O Globo. Ela escreveu, na atual edição, que a grande incerteza que há no Brasil diz respeito a que tipo de armação Jair Bolsonaro fará para tentar se manter no poder.

Crescimento

A análise da Eurasia Group também descredencia o economista Joel Pinheiro, que em artigo publicado no diário conservador paulistano Folha de S. Paulo nesta terça-feira tenta colocar dúvidas sobre "que Lula teremos depois da vitória" nas urnas em 2022. Para Ian Bremmer, o ex-presidente Lula é "claramente favorito" na disputa presidencial deste ano. Durante entrevista coletiva virtual, na véspera, o analista notou que os mercados veem com ressalvas a possibilidade de aumento de gastos fiscais e de impostos, em um eventual terceiro governo do petista. Segundo Bremmer, os riscos com o cenário político ao longo deste ano "podem ser exagerados nos mercados", antes da disputa nas urnas. Também presente no evento, o chairman da Eurasia, Cliff Kupchan, considerou que alguns investidores estão reagindo mais a manchetes do que ao quadro de fato existente no país. Bremmer acredita, ainda, que o resultado mais provável do quadro político no Brasil "é de crescimento menor, não de colapso econômico".
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